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Homem que doou corpo de mãe para ciência descobriu anos depois para que ele foi usado

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Já imaginou, passar pela dor da perda da mãe, e na tentativa de ajudar outras pessoas, doar o seu corpo para a ciência e descobrir que o corpo foi usado para fins totalmente diferentes? Pois foi exatamente isso o que aconteceu com Jim Stauffer. Ele decidiu doar o corpo da sua mãe para ajudar a encontrar uma cura para o mal de Alzheimer. Mas não foi bem isso que aconteceu.

Doris Stauffer, mãe de Jim, morreu aos 74 anos de idade. Seu filho então decidiu doar o seu cérebro para que estudos fossem feitos. Doris sofria de demência e ele gostaria de ajudar, de alguma forma, a entender melhor como funcionam as doenças cerebrais. Só que, anos depois, ele descobriu que o corpo da sua mãe não foi usado para fins científicos. Ao invés disso, foi usado em testes de explosões militares. O detalhe é que ele nunca autorizou que o corpo da sua mãe tivesse esse tipo de finalidade. Depois de uma longa investigação, descobriu-se que vários outros corpos tiveram o mesmo fim.

Doação do corpo

Após a morte da sua mãe, Jim Stauffer acreditou que o Centro de Recursos Biológicos (BRC), no Arizona, fosse a melhor opção. Dez dias depois da doação para pesquisa médica, Jim recebeu os restos mortais de sua mãe cremados. Até então, ele acreditava que o corpo da sua mãe tivesse realmente tido algum uso científico, como ficou acordado no termo de doação.

Anos depois, ele veio a descobrir o verdadeiro fim que teve a sua mãe. O corpo dela nunca foi usado para pesquisas científicas sobre o cérebro. Na verdade, ele foi vendido ao Exército dos Estados Unidos para ser usado em testes de explosões. O que ele nunca havia autorizado quando assinou o formulário de consentimento de doação.

“Na verdade, houve uma redação sobre essa documentação e a realização desses procedimentos”, disse Stauffer à ABC. “Realizar esses exames médicos que podem envolver explosões, e dissemos que não. Verificamos a caixa ‘não’ em tudo isso”.

Ao doar o corpo de um ente querido para uma escola de medicina ou um centro de pesquisa, os restos mortais podem ser usados para diversos propósitos científicos. Essas doações de corpos são muito importantes para os estudantes de medicina estudarem a anatomia humana e também praticarem técnicas cirúrgicas.

Mas também há casos, como a da mãe de Stauffer, que são usados para fins de pesquisa médica. Nesses casos, o intuito é discernir melhor sobre várias doenças. E como nesse caso, nem sempre o cadáver acaba tendo o uso devido a qual foi doado.

Uso indevido de corpos

Depois de uma longa investigação da agência de notícias britânica Reuters, uma indústria ilegal de comércio de órgãos, nos Estados Unidos, foi exposta.

“Essas empresas, que se chamam de bancos de tecidos não-transplantados, também são conhecidos como corretores do corpo,” relata a investigação. “As operações podem se assemelhar a frigoríficos. Na BRC, partes do corpo das cabeças às unhas foram colhidas e vendidas”.

A investigação revelou ainda, que além de Stauffer, mais de 20 cadáveres doados à BRC foram vendidos e usados em experimentos de explosão militar. Na maioria dos casos, o consentimento para esse tipo de procedimento nunca foi dado. E o restante não fazia ideia do que estavam fazendo quando aceitaram os termos.

“Esses acordos são frequentemente escritos em linguagem técnica que muitos doadores e parentes dizem achar difícil de entender”, explica a investigação da Reuters. “Os documentos dão aos corretores o direito de desmembrar os mortos, depois vendem ou alugam partes do corpo para pesquisadores e educadores médicos, muitas vezes por centenas ou milhares de dólares”.

Atualmente, 33 pessoas, incluindo Jim Stauffer, estão processando o centro de pesquisa por usar os restos de seus parentes de forma indevida, sem o mínimo de dignidade ou respeito.

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