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7 consequências do acidente de Chernobyl que você não conhecia

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Na noite do dia 26 de abril de 1986, uma explosão na usina nuclear de Lenine, na parte norte da Ucrânia soviética, acabou se tornado o maior desastre nuclear da história. Até hoje, ninguém sabe exatamente o número de vítimas do acidente de Chernobyl. Segundo a New Scientist, duas pessoas morreram com a explosão, outras 29 morreram no hospital dias depois, e 15 morreram de câncer de tireoide, por razões ligadas ao envenenamento por radiação de Chernobyl.

O fato é que há um consenso quando se trata do desastre, e ninguém acredita que apenas algumas dezenas de pessoas morreram por isso. Alguns pesquisadores dizem que foram 4 mil vítimas, outros sugerem 10 mil, e grupos ambientais calculam um número de mortos “em seis dígitos”. Mas não tem como saber com exatidão quantas pessoas morreram no total, porém, as consequências do desastre vão muito além disso. Confira a seguir 7 consequências terríveis do acidente de Chernobyl.

1 – O acidente

O que aconteceu em Chernobyl poderia ser evitado. Isso se tivessem levado em consideração os avisos de que algo do tipo poderia acontecer antes mesmo de os reatores serem construídos. Segundo Midnight em Chernobyl: A História Não Contada do Maior Desastre Nuclear do Mundo, os reatores de Chernobyl eram do mesmo tipo dos que tinham em uma outra usina em Leningrado. Em 1975, esses mesmos reatores de Leningrado tiveram um colapso parcial. Eles conseguiram conter a situação sem maiores danos. A comissão de investigação criada para identificar a causa do acidente constatou um defeito de fabricação. O grupo de especialistas chegou a fazer recomendações sobre a regulamentação de segurança. E ainda alertaram sobre a necessidade de um sistema de proteção de emergência mais eficaz. No entanto, essas recomendações foram ignoradas, e Chernobyl foi construída usando o mesmo reator com “falhas” de Leningrado. E a consequência disso, todo mundo sabe.

2 – Pessoas realocadas traumatizadas

Receber a notícia de que você tem apenas 50 minutos para pegar apenas objetos essenciais, reunir a família, deixar seus animais e pertences de valor e sair rapidamente da sua casa, não deve ser muito agradável para ninguém. No caso dos evacuados de Chernobyl, as consequências traumáticas foram imensuráveis. De acordo com dados da OMS, 116 mil pessoas foram realocadas imediatamente, e 230 mil nos anos seguintes. E essa evacuação em massa forçada acabou sendo “uma experiência profundamente traumática”. E o estresse causado pela perda de suas casas e vínculos é uma das consequências mais negligenciadas sobre os afetados.

Enquanto muitos dos realocados sofriam de ansiedade e depressão devido à mudança repentina, os idosos foram os mais afetados. Segundo reportagem da CNN, um profissional de saúde alega que muitas das pessoas mais velhas realocadas morreram de angústia. Mesmo que não tenha como saber exatamente quantos morreram por esse motivo, outros acidentes semelhantes nos dão uma ideia. Estima-se que o desastre em Fukushima em 2011, tenha matado 1.539 pessoas.

3 – Danos à saúde dos sobreviventes

O trauma que essas pessoas passaram não é algo que desaparece de um dia para o outro. Segundo um estudo da USC de 2013, milhares de pessoas ainda sofriam com problemas mentais decorrentes do acidente. Muitas das crianças realocadas sofreram bullying nas novas escolas, e os adultos tiveram que lidar com a perda dos seus empregos. Um outro estudo, de 2011, identificou “consequências neuropsicológicas significativas” para os sobreviventes. E isso incluía diminuição da qualidade de vida, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático.

Um artigo da revista World Psychiatry de 2016, relatou esses transtornos em mulheres grávidas, mães e naqueles que trabalharam na limpeza de Chernobyl. Neste grupo, muitos  apresentaram sinais de autoflagelação e pensamentos suicidas.

4 – Abortos em massa

Com o acidente, muitas mulheres grávidas foram forçadas ou induzidas a interromper a gravidez. Depois do acidente, se instaurou uma “radiofobia” geral entre a população e os médicos. Eles temiam que as mulheres grávidas dariam à luz à crianças com graves defeitos congênitos e encorajavam as pacientes a colocaram um fim na gestação. Mais de 100 mil gestações desejadas foram interrompidas devido ao medo das consequências da radiação na qual as mães foram expostas. Em outros casos, havia abortos forçados por ordem do governo.

5 – Leite contaminado com radiação

Entre os efeitos físicos à saúde dos sobreviventes de Chernobyl, o câncer de tireoide é o mais evidente. Segundo as Nações Unidas, as crianças foram as mais afetadas por terem tido o câncer em decorrência de beber leite radioativo. Como as crianças bebem muito leite, tem um metabolismo diferente dos adultos e tireoides menores, elas eram os mais propensas a desenvolver a doença. Em 2005, 6 mil pessoas, que eram crianças e adolescentes na época do acidente, foram diagnosticadas com câncer de tireoide.

6 – Animais defeituosos

Diferentemente dos humanos, os animais na região de Chernobyl não foram avisados sobre a radiação. E mesmo que tivessem sido, eles não teriam muito o que fazer quanto a isso. Mas as consequências da radiação foram terríveis para os animais ao redor da usina. Pecuaristas da região relataram um aumento assustador de anomalias genéticas em animais nascidos depois do acidente. As imagens são realmente assustadoras, como a de um potro de oito patas e uma vaca com a boca e o nariz do lado errado. E as anomalias continuaram aparecendo por vários anos e eram tão severas que os animais geralmente só viviam algumas horas.

7 – A região ficou comprometida por milhares de anos

Um acidente na escala da Chernobyl não pode ser limpo tão facilmente. Hoje, mais de 30 anos depois da explosão, ainda não está nem perto de tornar a região habitável novamente. Segundo estimativas, a maior parte do lugar não estará segura para seres humanos em pelo menos 3 mil anos. Existem mais de 190 toneladas de urânio enriquecido ainda no casco de Chernobyl. Ainda não há uma tecnologia para retirar todo esse material radioativo com segurança e descartá-lo. Atualmente, existe uma única opção. Mas conter todo esse material sob um novo “sarcófago” duraria no mínimo 100 anos.

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