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Influenciadora recebe proposta para trabalhar como babá em troca de não pagar aluguel

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Algumas propostas de trabalho ultrapassam os limites do que é aceitável e do que deveria ser vergonhoso. Infelizmente, muitas pessoas recebem propostas que parecem vagas feitas para máquinas ou serventes pessoais, como aconteceu com a influenciadora digital Baueny Barroco que recebeu mensagem para ser babá.

A sua história viralizou nas redes sociais ao compartilhar a proposta absurda que recebeu. Na ocasião, ela estava a procura de um quarto para alugar em um site especializado em pessoas interessadas em dividir moradia. No entanto, o que ela recebeu foi uma oferta para trabalhar como babá para não pagar o aluguel.

Sendo assim, caso aceitasse as condições, ela ainda teria que contribuir com R$ 500 todos os meses para as compras de mercado.

Procura-se babá

“Olá, querida Emili. Gostei do seu rostinho. Parece que é bem amiga e simpática para ser a babá escolhida. Deixa eu te explicar, ofereço a minha casa para você morar gratuitamente se você aceitar futuramente ser a babá de duas meninas, mas morando comigo e as crianças”, disse Mary, a mulher que fez a proposta.

“Só precisará dividir as compras mensais de supermercado, que não passa de R$ 500 a sua parte. As contas da casa, como IPTU, condomínio, luz, água e gás, você ficará isenta de pagar. Seus gastos mensais serão só os R$ 500 mensais e cuidar das duas meninas todos os dias”.

“A casa fica em uma vila muito bonita no Rio de Janeiro. Tem terraço grande, cadeiras de balanço, rede, churrasqueira, dois quartos (um com cama de casal e o outro com cama de solteiro), guarda-roupa, cozinha, dois banheiros e quatro gatinhos de estimação. Podemos conversar para nos entendermos melhor. Topa?”, continuou a dona da casa.

Mary disse a Baueny Barroco que passasse o número de contato com ela estivesse interessada na vaga de babá. Além disso, ela adiciona que a jovem poderia indicar outra pessoa interessada em viver essa dinâmica caso não estivesse disposta.

Dessa forma, como resposta, a influenciadora perguntou: “O chicote e o tronco já estão inclusos ou preciso levar os meus?”, fazendo uma referência ao trabalho análogo à escravidão. Isso porque teria de trabalhar como babá em troca apenas de uma moradia.

Proposta viraliza

Com a publicação do caso em suas redes sociais, a postagem de Baueny viralizou e diversos internautas se revoltaram com a conversa. Assim, muitos concordaram que a proposta para trabalhar como babá era análoga à escravidão. Isso porque a pessoa que aceitar a oferta não irá receber um salário e ainda terá que desembolsar R$ 500 todos os meses para cuidar das crianças enquanto paga as despesas de mercado. A publicação já conta com mais de 80 mil curtidas no Twitter.

Vagas arrombadas

Reprodução

Imagine trabalhar de graça, recebendo um valor simbólico de R$ 50 ou um estágio com jornada de trabalho do 10h. Parecem situações falsas, mas são anúncios reais que internautas publicaram no grupo do Facebook “Vagas arrombadas”.

O grupo foi organizado pelo diretor de arte freelancer Tiago Perrart e o publicitário Daniel Alves em 2017. Assim, eles divulgam vagas de trabalho dos mais diversos setores, como foi o caso da proposta de babá, que se destacam pelo fato de serem tão absurdos.

“Tivemos contato com vagas desse tipo enquanto buscávamos emprego e há tempos já íamos postando em nossos perfis pessoais”, diz Perrart. “Então resolvemos reunir todas elas num mesmo lugar.” A página no Facebook é alimentada com anúncios que eles mesmos encontram e também por contribuições que internautas enviam.

“O meu [anúncio] ‘favorito’ é o da empresa que alegava não disponibilizar benefícios, pois isso ia contra a cultura da empresa. Eles queriam formar empreendedores e, segundo eles, vale-transporte, vale-refeição, etc. deixariam o colaborador acomodado”, diz Perrart.

Outra situação que encontram com regularidade é a oferta de emprego com remuneração abaixo do salário mínimo nacional, como o de cargo de gerente administrativo em Florianópolis com salário de R$ 495.

No caso de estudantes, a realidade é ainda pior. Isso porque a página é cheia de anúncios de estágios não remunerados com remuneração baixa, como de R$ 180 e R$ 200 e longas jornadas.

“Uma moça queria contratar 16 estagiários de uma só vez e sem pagar ninguém”, conta Perrart. Vale ressaltar que, de acordo com a legislação, o estágio tem caráter pedagógico, ou seja, deve estar relacionada ao curso frequentado pelo estudante e ser uma atividade educativa. Além disso, em relação à carga horária, não pode passar de 6 horas diárias, ou 30 horas semanais.

Também como descrito na lei brasileira, uma situação como a de babá de Baueny, em que há a troca de moradia por trabalho, considera-se um elemento de situação de trabalho análogo ao escravo.

Fonte: R7

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