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Japão deve perder milhões de doses de vacina por falta de seringas

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De acordo com uma reportagem, publicada pela agência de notícias NPR, o Japão, atualmente, possui, em suas reservas, milhões de doses da vacina Pfizer para combater o novo coronavírus. No entanto, ao que parece, o país não possui a quantidade de seringas apropriadas, para seguir com o plano de imunização.

A falta de seringas, ainda de acordo com a reportagem, mostra que a nação japonesa enfrenta um revés para uma das implementações de vacinação mais lentas entre as economias desenvolvidas.

Seringas e as doses do imunizante da Pfizer

Conforme expõe a publicação da NPR, a vacina Pfizer, normalmente, contém cinco doses por frasco. Mas uma seringa especial – conhecida como seringa de baixo espaço morto, que expele mais remédio devido ao espaço entre a agulha e o êmbolo da seringa -, pode fazer render seis doses por frasco.

“Usaremos todas as seringas que temos para tirar seis doses, mas não será, é claro, o suficiente quando mais injeções precisarem ser administradas”, disse a ministra da Saúde, Norihisa Tamura, no dia 09 de fevereiro.

Segundo o jornal The Japan Times, o porta-voz do governo, Katsunobu Kato, disse no começo da semana que a sexta dose geralmente “será descartada” se não puder ser extraída.

Isso significa que as vacinas da Pfizer, que poderiam ser suficientes para 72 milhões de pessoas, devem atender apenas 60 milhões. Diante de tal cenário, o Japão, segundo a agência de notícias Kyodo, tentará, agora, comprar tanto doses adicionais da vacina da Pfizer como alimentar o estoque de seringas.

“Como a vacina é preciosa, muitos países estão tentando obter seis doses por frasco”, disse o Eji Kusumi, dirigente da clínica Navitas, em Tóquio. “Sinceramente, conseguir seis é sorte, mas se não, você, no final, tem que se contentar com cinco. Eu acho que não tem jeito, infelizmente, a realidade é essa”.

Japão

As seringas, que são um produto relativamente especial diante da realidade que vivemos hoje, tiveram uma demanda altamente baixa em comparação ao esperado. O cenário, infelizmente, colapsou diante do lançamento da vacina Pfizer, que desencadeou uma corrida entre outros países que desejam cada vez mais obter um maior número de seringas.

De acordo com a agência de notícias Reuters, no mês passado, a maior fabricante de seringas do mundo, a Becton, Dickinson and Co., de Nova Jersey, forneceu ao governo dos Estados Unidos, de um total de 286 milhões, 40 milhões de seringas de baixo espaço morto.

O governo federal estadunidense investiu mais de US$ 40 milhões em julho do ano passado para ajudar a aumentar a produção de seringas e, em janeiro deste ano, o presidente Biden invocou a Lei de Produção de Defesa para fornecer mais assistência à empresa.

Por conta da corrida que visa a obtenção de seringas, grande parte do Japão encontra-se, atualmente, em estado de emergência para combater uma terceira onda de infecções. O país, que luta incansavelmente, espera começar a vacinar as autoridades sanitárias que atuam na linha de frente de combate ao coronavírus ainda este mês.

“O Japão concluiu as negociações para comprar mais vacinas para atender o estágio inicial da campanha de vacinação”, disse Kusumi. “No entanto, com o atraso no início dos testes clínicos, acabamos sendo prejudicados em relação ao fornecimento da vacina”.

“Uma implementação mais rápida poderia salvar vidas”, observou Kusumi, “mas o Japão insistiu em testar os imunizantes ao invés de seguir o exemplo de outros países. Os testes para as vacinas da Pfizer só começaram em dezembro, por exemplo”.

O primeiro-ministro Yoshihide Suga defendeu publicamente o uso das vacinas da Pfizer no país, mas justificou o atraso da campanha de vacinação dizendo que sua segurança e eficácia devem primeiro ser devidamente confirmadas.

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