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‘Kit amor perfeito’ e faz sucesso com esposas de detentos

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As “cunhadas” são como as mulheres de presidiários são chamadas. Pensando nelas, essa costureira criou um kit com itens de higiene e peças de roupa para esposas darem de presente para seus companheiros que estão presos na Casa de Custória de Maringá (CCM), na região norte do Paraná. O kit se chama “Amor Perfeito”.

Segundo Nilza Caetano, a criadora do kit, a ideia surgiu em um dia que ela estava andando de ônibus e uma mulher comentou que estava tendo dificuldades para encontrar roupas na cor laranja para os presos.

“Eu fui para casa e comecei a pensar que eu iria fazer, porque já fazia outro tipo de roupa também. Fui lá, comprei pano e fiz um kit de roupa de preso. Fui para frente da delegacia e vendi tudo”, lembrou.

Kit

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Depois de um tempo, Nilza começou a vender na região onde funcionam a Casa de Custódia e a Penitenciária Estadual de Maringá. Nesse tempo que estava por lá ela percebeu outras necessidade dos familiares dos detentos. E principalmente as dificuldades das mulheres que vão fazer visitas íntimas.

Então, por conta da demanda foi que o kit “Amor Perfeito” surgiu. Nele está incluso uma toalha de banho, um lençol, um chinelo e um sabonete líquido. Todas as peças do kit são costuradas por ela e atendem as exigências da unidade prisional. O kit custa R$ 95.

“Já tem oito anos que eu fico lá na porta, embaixo de uma árvore, quando tem visita. Durante a semana eu também vou para vender as roupas para os detentos, que é o kit Amor Perfeito com as roupas que eles precisam. Também vendo para unidade. Sou flex! Conforme precisa, vou ajudando”, contou Nilza.

Negócio

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Antes de começar a vender o kit “Amor Perfeito”, Nilza costurava pijamas, roupas íntimas e outras peças que seus clientes encomendavam. E quando ela viu que existia a oportunidade de ganhar mais, a costureira começou a fazer peças que atendiam a necessidade dos familiares dos presos.

Como a penitenciária fica longe do centro de Maringá, e também existem poucas lojas na região, Nilza se tornou uma referência. No começo, ela enfrentou algumas dificuldades. Principalmente pela distância. Ela até colocou um cartaz em seu carro pedindo aos outros motoristas que tivessem paciência com ela pois ela tinha pouca prática.

“Coloquei um cartaz na lateral do carro escrito: ‘Recém-habilitada. Eu me amo. Eu respeito o meu limite, e você?’. Coloquei coraçõezinhos no cartaz e saí pela cidade”, lembrou ela.

Hoje em dia, praticamente todo o serviço de Nilza é direcionado ao kit “Amor Perfeito”. O seu negócio deu tão certo que ela conseguiu comprar um imóvel na região da penitenciária e montou sua própria loja.

A costureira acredita que o seu sucesso está no diferencial das peças que ela confecciona. Ela usa tecidos nacionais e de boa qualidade. Além do sucesso como empreendedora, Nilza conta que em todos esses anos atendendo os familiares dos detentos ela fez várias amizades.

“Me sinto muito feliz ali. Para eu não ir, só se estiver doente. O pessoal já está acostumado comigo ali. A gente acaba formando uma corrente. Eu amo meu trabalho”, disse ela.

Visitas

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As  visitas íntimas são previstas por lei e regulamentas pelo governo federal para acessos em unidades prisionais de todo o Brasil. Contudo, apenas os casais legalmente casados ou que tenham união estável têm direito a esse benefício.

Além disso, essas visitas são condicionadas ao bom comportamento do detento e também às condições de segurança do estabelecimento penal.

No Paraná, por exemplo, o Departamento de Polícia Penal (Deppen-PR) determina que as visitas íntimas e sociais sejam agendadas previamente através de e-mail. E por conta da pandemia, na Casa de Custódia de Maringá, cada preso pode receber uma visita por mês de, no máximo, duas horas.

Para as visitas íntimas, quem for visitar precisa levar um lençol de casal, uma toalha de banho e um sabonete liquido transparente de até 250 ml. Todos esses itens devem estar em uma sacola plástica e transparente. Exigências cumpridas por Nilza em seu kit “Amor Perfeito”.

Fonte: G1

Imagens: G1

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