Natureza

Meteorito que caiu na Paraíba foi usado como enfeite de mesa por quase 6 anos

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Essa é mais uma daquelas histórias que parecem enredos de filme, mas que aconteceu bem perto de nós, em território brasileiro. O primeiro meteorito encontrado na Paraíba, de 26,93 kg e 29 cm de altura, passou quase seis anos servindo como enfeite de mesa na casa do joalheiro Edsom Oliveira, um dos irmãos que achou a pedra.

O meteorito foi encontrado na cidade de Nova Olinda, no Sertão paraibano, em 2014. A rocha, que foi batizada com o nome da cidade, foi oficialmente classificada no dia 19 de fevereiro. Edsom é irmão de João Jarba Oliveira da Silva e dono de uma fazenda na zona rural de Nova Olinda. Os dois trabalham com joias, o que contribuiu para que eles encontrassem o meteorito.

A descoberta da rocha

Em novembro de 2014, os irmãos aproveitaram a seca de um lago da região para procurar por ouro ou outras pedras preciosas utilizando um detector de metais. “Neste dia, passando por uma determinada área do terreno, no fundo enlameado do açude seco, o aparelho disparou muito forte, bem diferente de quando encontramos alguma pepita. Na mesma hora, pegamos a picareta e começamos a cavar”, contou Edsom ao G1.

Segundo o joalheiro, o detector só disparava quando era colocado próximo a uma pedra que estava cheia de barro. “Quanto mais a gente encostava o detector, mais apitava. Então resolvemos retirar a pedra e lavar para identificar. Era uma pedra totalmente brilhosa”, afirmou ao portal.

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Como os irmãos têm experiência no manuseio de joias, os dois perceberam logo de início que não era uma pedra de ouro. No entanto, a rocha era realmente bonita e, por isso, eles decidiram levá-la para a casa da fazenda de Edsom e usá-la como enfeite de mesa.

Ao longo de quase seis anos, o objeto ficou exposto no local, sem levantar a desconfiança de que se tratava de uma rocha espacial. “Algumas pessoas pegaram para ver, acharam que era chumbo, por ser pequeno e pesado, mas nunca imaginamos que era um meteorito”, explicou Edsom ao G1.

Enfeite de mesa ou um meteorito valioso?

Em agosto de 2020, quando uma chuva de pedras atingiu a cidade de Santa Filomena, em Pernambuco, muitos caçadores de meteoritos se deslocaram para o local. Foi com a repercussão do caso que Edsom cogitou a possibilidade de que a rocha que estava sobre a mesa de sua casa também pudesse ser um meteorito.

Já morando em Salvador, onde reside atualmente, Edsom ligou para o irmão, na Paraíba, e disse que desconfiava do achado. A partir daí, ele fez pesquisas na internet e descobriu o contato de um pesquisador de meteoritos. Edsom foi orientado a realizar os primeiros testes e, com a possibilidade de ser realmente uma rocha espacial, uma amostra foi retirada e enviada para São Paulo.

O joalheiro também entrou em contato com outros pesquisadores para a realização das análises física, química e petrográfica para classificação do meteorito. A classificação da rocha só saiu agora, em 2022. O meteorito, nomeado de Nova Olinda, agora está no Rio de Janeiro, em um cofre particular de um apartamento do paraibano.

O interesse dos irmãos é de que a rocha seja comprada pelo Governo da Paraíba para que ela fique no estado, uma vez que compradores de outros estados e até internacionais já deram lances por ela. De acordo com os joalheiros, o interesse para que o meteorito fique na Paraíba se deu porque ele foi encontrado no estado e para que os estudantes da região possam ter acesso a um achado tão importante.

Análise da rocha

As análises do meteorito encontrado na Paraíba foram feitas através de uma parceria entre pesquisadores da Universidade de Alberta (Canadá) e um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Essa foi apenas a segunda vez que um meteorito metálico foi classificado a partir de análises químicas feitas no Brasil. A primeira foi a do meteorito Conceição do Tocantins, que também foi oficializado esse ano pela Meteoritical Society.

O meteorito Nova Olinda é metálico, composto basicamente por ferro e níquel, além de outros materiais em menor concentração, como cobalto, cromo, irídio, gálio, germânio, platina, cobre e ouro. Ele foi classificado como um octaedrito IIAB. Os meteoritos IIAB têm a menor concentração de níquel entre os meteoritos metálicos.

Meteoritos como o Nova Olinda se formam no núcleo metálico de seu corpo parental que, provavelmente, origina-se de um protoplaneta destruído por violento impacto. De acordo com análise de meteoritos semelhantes, o impacto que teria lançado esses fragmentos no espaço teria ocorrido há cerca de 4,5 bilhões de anos, no período de formação do Sistema Solar. Desde então, estes fragmentos vagam pelo espaço na forma de pequenos asteroides e meteoroides e, eventualmente, alguns deles atingem a Terra.

Ainda não se sabe há quanto tempo o meteorito Nova Olinda teria caído na Terra. No entanto, o intemperismo (deterioração devido à ação do tempo) observado na rocha indica ser provável que isso tenha ocorrido há alguns milhares de anos e que o meteorito tenha permanecido enterrado por todo esse tempo, até ser encontrado pelos irmãos.

Fonte: G1

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