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Nos últimos 3 anos as músicas diminuíram 10 segundos

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É basicamente impossível imaginar um mundo em que não haja músicas. Podemos ouvir um bom som onde quer que a gente vá hoje em dia. No metrô, no carro a caminho do trabalho, na praia, dentro do quarto no final do dia, enfim, realmente em qualquer lugar. Não é à toa que ela é uma das formas de arte mais difundidas do mundo.

As músicas são responsáveis por dar emoção aos filmes, eventos esportivos, séries, novelas e, é claro, à nossa vida como um todo. Para a nossa sorte, existem diversos gêneros musicais, cantores, grupos e bandas. Isso nos permite sempre descobrir canções novas.

Contudo, assim como os artistas vão mudando, a forma de se fazer música também muda, principalmente com relação à sua duração. Antigamente, por exemplo, os artistas tinham que fazer suas canções se encaixarem em um vinil de 45 rotações por minuto. Como resultado, as músicas tinham em média três minutos de duração.

Ao longo de décadas, os artistas continuaram com esse formato, mesmo a tecnologia tendo mudado e dado mais liberdade de tempo para eles. Contudo, agora os artistas parecem brincar mais com a duração das músicas.

Segundo o levantamento feito pelo (M)Dados, o núcleo de análise de dados do Metrópoles, as músicas ficaram 10 segundos mais curtas nos últimos três anos.

Diminuição

Metrópoles

Para fazer essa análise, eles levaram em conta as 30 faixas brasileiras mais tocadas no Spotify em 2017, 2018, 2019. Com isso, se notou que os lançamentos mais recentes de músicas pop brasileiras seguem esse padrão.

Claro que músicas mais curtas deixam o público querendo mais. Como por exemplo, quando Iza lançou Evapora, sua parceria com Ciara e Major Lazer. A música tem somente dois minutos e sete segundos, fato que chamou bastante a atenção do público. Entretanto, ela está apenas seguindo a tendência que tomou conta tanto da cena brasileira como internacional.

Agora, as músicas mais curtas são o novo “padrão” dominante do mercado fonográfico. Isso acontece porque a estratégia comercial está ligada ao novo contexto de distribuição das músicas. Nesse ponto, os artistas recebem pela quantidade de “plays” ou “streams” em suas faixas, portanto, se elas forem menores, as chances de serem tocadas mais de uma vez aumentam.

Além disso, um outro motivo apontado pelos artistas e produtores é a economia de atenção. Como boa parte dos consumidores mais ávidos por novidades são os jovens, eles tendem a preferir coisas mais rápidas, até porque são constantemente bombardeados por vários conteúdos diferentes ao longo do dia.

“Com o número de lançamentos hoje em dia, você precisa prender a atenção das pessoas. Para isso, temos que acompanhar esse ritmo, produzindo faixas que captem os ouvintes da forma mais rápida e eficaz possível”, pontuou o rapper Konai.

Observações

Clipping cacd

Na visão do DJ DUH, produtor da Laboratório Fantasma, do rapper Emicida, essa nova geração de ouvintes de músicas é resistente a faixas maiores. “Fui pai de adolescente e percebo que a juventude e as rádios não gostam de lidar com músicas mais longas. Eles perdem a paciência e as largam na maior parte das vezes”, disse ele.

Contudo, não são todas as pessoas que concordam com a lógica de que as músicas menores são as mais ouvidas. Por exemplo, para DUH, produtor de nomes como Rael, Drik Barbosa, Rashid e Muzzique, a qualidade do produto oferecido aos ouvintes ainda tem um peso maior do que o tamanho da faixa.

“O que gera mais ‘plays’ é uma música bem construída, com refrão legal e uma melodia mais interessante. Isso é o mais importante, afinal, estamos lidando com entretenimento. Faixa boa é aquela que se canta e se tem vontade de ouvir”, conclui.

Fonte: Farcom,

Imagens: Metrópoles, Clipping Cacd

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