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O sequestro de Silvio Santos e Patrícia Abravanel

silvio santos
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No dia 30 de agosto de 2001, Patrícia Abravanel, uma das seis filhas de Silvio Santos, foi sequestrada na Zona Oeste de São Paulo. A mulher, que tinha 24 anos, foi abordada quando ia para a faculdade, às 8h da manhã, por dois homens que estavam disfarçados com roupas de funcionários dos Correios.

Patrícia ficou uma semana sob poder dos bandidos. Logo após ter sido libertada, Silvio Santos, que é apresentador e proprietário da emissora SBT, também foi sequestrado e permaneceu quase oito horas como refém. 

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O sequestro de Patrícia

O sequestro da filha do Silvio Santos tomou conta dos telejornais por uma semana. Boa parte dos brasileiros desejavam saber como Patrícia estava e os detalhes da situação que ela estava vivenciando. Uma parcela das informações acerca do sequestro foram obtidas após a mulher ter sido libertada, já que, treze horas após a liberação, Patrícia falou sobre o ocorrido na sacada de casa para dezenas de repórteres.

Ela só foi liberada no dia 28 de agosto, após o pagamento de R$ 500 mil de resgate ao sequestrador Fernando Dutra Pinto, de 22 anos. Ao se colocar disponível para conversas com a imprensa através da sacada da casa em que vivia com a família, de forma calma Patrícia afirmou que perdoou os bandidos e que não queria que eles fossem presos, além de defendê-los.

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“O que tem que ser punido é o sistema de corrupção, porque o povo brasileiro é um povo bom”, afirmou. Ela detalhou, ainda, que foi chamada de princesa e que assistia televisão durante o cárcere. Já em abril de 2020, 19 anos depois do incidente, a mãe de Patrícia, Íris Abravanel, falou sobre o ocorrido no canal do YouTube da filha. 

“É muito difícil perdoar o sequestrador da sua filha enquanto ela está no cativeiro. Isso foi difícil. Eu sabia que se não liberasse o perdão, eles poderiam fazer alguma coisa contra você”, disse Íris a Patrícia. “Foi o perdão mais difícil da minha vida. Aí tive que entender, eles são jovens, vai saber a vida deles”, contou.

Durante participação no canal, Íris também relatou que a filha não tomou banho no período em que esteve no cativeiro. Além disso, Patrícia salientou que os pais não conseguem esquecer o cheiro com que ela chegou em casa após passar uma semana sob domínio dos sequestradores.

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O sequestro de Silvio Santos 

No dia seguinte à liberação de Patrícia, Silvio Santos foi sequestrado pelo mesmo homem, Fernando Dutra Pinto. Mas, antes disso, Fernando havia sido localizado pela polícia, escondido em um flat em Barueri (São Paulo) com armas e R$ 464.850,00 em espécie. Na tentativa da polícia de prendê-lo em flagrante, o homem matou dois policiais e foi baleado por um terceiro, mas conseguiu fugir. 

Mesmo ferido, o sequestrador desceu nove andares pelo lado de fora do prédio do flat e passou a ser perseguido pela polícia. Ele trocou de carros mais de uma vez, até que os policiais o perderam de vista. A partir daí, Fernando decidiu ir até a casa da família Abravanel e sequestrar Silvio Santos.

Ao adentrar a residência do apresentador, Fernando cortou o fio que alimentava a segurança elétrica da casa da família e fez todos os presentes de reféns, além de exigir um helicóptero para a fuga. Posteriormente, o sequestrador permitiu que as mulheres e os funcionários saíssem da casa, mas se negou a negociar com a polícia.

Diário do Nordeste

O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi pessoalmente à casa de Silvio para negociar a rendição. O apresentador pediu para que Alckmin garantisse a segurança de Fernando ao sair da residência, quando ele fosse entregue à polícia. Os policiais chegaram a levar a irmã do sequestrador ao local do crime para tentar convencê-lo a se render. 

Foi depois de quase oito horas de tentativas de negociações entre Fernando, Silvio Santos e até entre Alckmin, que o sequestrador se rendeu. Segundo os noticiários na época, Fernando não tinha a intenção de ferir Silvio ou o restante da família e entrou na residência para pedir auxílio ao apresentador, já que achava que seria morto pela polícia. Ele chegou a comer e tomar banho na casa da família Abravanel.

Após a rendição de Fernando, Silvio Santos deixou a casa ao lado do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do secretário de segurança do Estado. A mulher e as filhas do apresentador (que foram liberadas antes) saíram em dois carros pelos fundos da casa do vizinho, acompanhadas de policiais.

Estadão

Após o susto, Íris Abravanel e as filhas chegaram a se mudar temporariamente para um sítio no interior de São Paulo. Já o apresentador voltou a gravar seu programa no SBT dias depois do crime.

A prisão de Fernando

No dia seguinte à rendição, Fernando foi levado para o Centro de Detenção Provisória do Belém. No local, estavam presos outros dois envolvidos no sequestro anterior, de Patrícia Abravanel.

Um deles era Esdras Dutra Pinto, de 19 anos, irmão de Fernando, enquanto o outro era Marcelo Batista dos Santos. Mais duas envolvidas também acabaram presas posteriormente. Após as prisões, a polícia recuperou cerca de R$ 460 mil da quantia paga para o resgate de Patrícia Abravanel.

Fernando Dutra Pinto morreu na cadeia cinco meses depois do sequestro, em 2 de janeiro de 2002, após uma parada cardíaca. Três meses depois, um relatório elaborado pela ONG Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos apontou que o sequestrador morreu em consequência de tortura e negligência médica, já que ele apresentou infecção generalizada por ferimentos obtidos na cadeia.

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