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Diamantes ajudam cientistas a identificar como é o interior da Terra

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Os diamantes são materiais formados há milhares de anos e que são conhecidos por sua raridade, beleza e seu brilho. Eles são um objeto de desejo utilizados para demonstrar riqueza ou amor eterno.

No entanto, antigamente era utilizado para medidas curativas. Isso porque acreditavam que utilizar o objeto dava força contra todos inimigos e coisas ruins, até pesadelos.

Já na Índia era relacionado às divindades védicas e depois aos hindus. De acordo com a tradição budista maaiana, o Sutra do Diamante, datado de 868 d.C., o diamante é um material que serve para “atravessar a ilusão mundana para iluminar o que é real e eterno”.

Enquanto isso, os gregos acreditavam que os diamantes eram lágrimas derramadas pelos deuses ou fragmentadas de estrelas cadentes. Tão incrível quanto essas crenças é a história desse objeto valioso.

A formação dos diamantes

REUTERS/Carlo Allegri

Os diamantes são compostos por carbono, mesmo elemento que é a base da própria vida. Além disso, são o material mais duro do mundo, podendo suportar pressão o bastante para recriar as condições extremas dos locais em que nasceram. Porém, quando misturados à combinação correta de calor e oxigênio, eles desaparecem, sendo apenas uma corrente de dióxido de carbono.

Os raros brilhantes se formam naturalmente em poucos lugares da Terra, como nas profundezas das áreas cratônicas continentais ou em lugares de impacto com meteoritos. Os diamantes chegam à superfície por meio de explosões.

Além disso, o objeto possui uma gama de cores além do transparente, como amarelo e marrom. Os diamantes fantasias, vermelhos, azuis e verdes são os mais raros. Já os laranja, violeta, amarelos e verdes amarelados são os mais comuns.

Após sua formação, todos eles conseguem abrigar e proteger qualquer mineral contido em suas estruturas cristalinas. Com isso, os cientistas conseguem uma amostra sobre a mineralogia e condições que existem  a quilômetros de profundidade, abaixo da superfície da Terra.

Os diamantes azuis

Divulgação/Petra Diamonds

Na maioria dos casos, os diamantes são formados em profundidades de aproximadamente 150 km abaixo dos continentes. Contudo, os diamantes azuis nascem no manto inferior da Terra, uma profundidade quatro vezes maior.

A descoberta foi no ano de 2019. De acordo com o principal autor do estudo que revelou essa característica, o geólogo Evan Smith, do Instituto Gemológico Norte-Americano, essas pedras “são imensamente caras, o que dificulta o acesso a elas para fins de pesquisa científica”.

Os objetos costumam ser muito puros e não ter inclusões, que são pequenos pedaços de um material que não seja diamante e que estava perto do local em que o diamante se formou. Mas, para os cientistas, essas imperfeições são a maior fonte de informação.

Os especialistas conseguiram analisar 46 diamantes azuis com inclusões e identificar sua origem entre 410 e 660 km de profundidade. Algumas amostras demonstraram evidências de que foram formadas a mais de 660 km abaixo da superfície, no manto interior. Por isso, eles são considerados cápsulas do tempo, com informações quase impossíveis de serem encontradas em outros objetos.

“Não podemos chegar ao interior da Terra. Os diamantes se formam ali e normalmente encapsulam o que quer que esteja lá embaixo”, disse à BBC George Harlow, geólogo e curador das Salas de Gemas e Minerais do Museu Norte-Americano de História Natural de Nova Iorque. “Eles são como nossas sondas espaciais. Às vezes, alguns chegam à superfície da Terra para podermos estudá-los.”

A pedra e as profundezas da Terra

Getty Images

Por muitos anos os diamantes azuis foram um mistério. Até que se descobriu que a coloração é devido a traços de boro. O elemento químico metaloide pode entrar na estrutura cristalina da pedra durante seu crescimento.

Com isso, surgiu um novo enigma. Onde os diamantes teriam conseguido o boro, uma vez considerando que o material se concentra na crosta da terra e o diamante se forma no manto da Terra. A resposta para essa questão traria pistas sobre as profundezas do planeta.

De acordo com a hipótese apresentada pelo grupo liderado por Smith, o boro se originou no leito marinho e foi levado ao manto da Terra quando uma placa tectônica deslizou para baixo da outra, no processo de subducção. Quando incorporado aos minerais ricos em água, ele teria penetrado no fundo do mar até chegar ao manto da placa oceânica.

Entender sobre os traços de boro em diamantes que nascem no centro da Terra indica que os materiais que possuem água viajam mais profundamente no manto do que o esperado. Com isso, pode existir uma possibilidade de ciclo hidrológico nas grandes profundezas.

Harlow acredita que os diamantes azuis “não são apenas belos e raros, mas extremamente interessantes. Eles nos ensinam muito sobre o nosso planeta.”

Fonte: BBC

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