Esse implante cerebral conseguiu traduzir os pensamentos de um homem paralisado em texto com 94% de precisão

Em suma, cientistas de todo o mundo trabalham constantemente para fazer descobertas que possam, de alguma forma, ajudar a humanidade. Ademias, o trabalho que eles têm feito tem sido excepcional, levando em consideração tudo que a ciência já conquistou até hoje. Esse é um trabalho contínuo. Sempre existe algo a mais para aprender e aprimorar. Com tantas limitações impostas aos seres humanos, a ciência tem buscado alternativas para solucionar diversos problemas.

Em suma, nosso cérebro é o órgão mais importante para a nossa vida. É ele que nos permite pensar, respirar ou mesmo caminhar. Cada parte do cérebro tem sua função exclusiva. Mas elas se conectam entre si, para fazer a parte mais perfeita do corpo humano. Por isso, várias pesquisas são focadas nesse órgão e formas de “reprogramá-lo” caso alguma coisa não funcione em um ser humano.

Nesse interim, a tecnologia sempre ajudou nos tratamentos médicos. Como no caso desse homem paralisado do pescoço para baixo por conta de uma lesão na medula espinhal em 2007. Ele conseguiu se comunicar seus pensamentos graças a um sistema de implante cerebral que traduziu seus pensamentos em texto real.

Implante

O dispositivo é uma colaboração de pesquisa de longa data chamada BrainGate. Ele é uma interface cérebro-computador (BCI), que usa inteligência artificial (IA) para interpretar sinais de atividade neural gerados durante a escrita.

No estudo se chamou o homem, de 65anos, de T5. Ele não estava escrevendo de fato, até porque sua mão, assim como seus outros membros, estavam paralisados. Contudo, durante o experimento, o homem se concentrou como se estivesse escrevendo. Pensando nas letras sendo feitas em um papel com uma caneta e papel imaginários.

Enquanto o homem imaginava isso, os eletrodos implantados no seu córtex motor registravam sinais da sua atividade cerebral. Depois disso, algoritmos os interpretavam em um computador externo e decodificavam as trajetórias imaginárias da caneta de T5.

Sistema

“Este novo sistema usa a rica atividade neural registrada por eletrodos intracorticais e o poder dos modelos de linguagem que, quando aplicados às letras decodificadas neuralmente, podem criar um texto rápido e preciso”, disse o primeiro autor do estudo, Frank Willett, um especialista em próteses neurais pesquisador da Stanford University.

Há vários anos, sistemas parecidos desenvolvidos como parte do BrainGate conseguiram transcrever a atividade neural em texto. No entanto, várias interfaces anteriores se concentraram em diferentes metáforas cerebrais para denotar quais características escrever.

Além do que, não se sabia quão bem as representações neurais da caligrafia, que é uma habilidade motora mais rápida e hábil, poderiam ser retiradas do cérebro. E nem quão bem elas podem ser aproveitadas na comunicação cérebro-computador, ou BCI.

Experimento

Nos testes feitos com T5, ele conseguiu atingir velocidade de escrita de 90 caracteres por minuto com cerca de 94% de precisão. Essas taxas não são apenas significativamente mais rápidas do que visto nos experimentos anteriores, como está quase no mesmo nível da velocidade de digitação de usuários de smartphones.

“Aprendemos que o cérebro retém sua capacidade de prescrever movimentos finos uma década inteira depois que o corpo perdeu sua capacidade de executar esses movimentos. E aprendemos que movimentos pretendidos complicados envolvendo mudanças de velocidade e trajetórias curvas, como caligrafia, podem ser interpretados mais facilmente e mais rapidamente pelos algoritmos de inteligência artificial que estamos usando do que movimentos planejados mais simples, como mover um cursor em uma reta caminho a uma velocidade constante”, explicou Willett.

Embora essa tecnologia tenha um grande potencial, os pesquisadores enfatizam que o sistema atual é somente uma prova de conceito até o momento.

“Nossos resultados abrem uma nova abordagem para BCIs e demonstram a viabilidade de decodificar com precisão movimentos rápidos e hábeis anos após a paralisia. Acreditamos que o futuro dos BCIs intracorticais é brilhante”, concluem os pesquisadores.

Fonte: https://www.sciencealert.com/brain-implant-enables-paralyzed-man-to-communicate-thoughts-via-imaginary-handwriting