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Por que chinesas não querem engravidar mesmo com o fim da política do filho único?

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Popularmente conhecida apenas como China, a República Popular da China é o maior país da Ásia Oriental. Ocupa hoje o primeiro lugar na lista de nações com a maior população do mundo, ultrapassando 1,30 bilhões de habitantes. Esse número equivale a quase um quinto da população total do planeta. O país se encontra também na lista dos mais populares do mundo e chama a atenção por várias coisas, incluindo o seu governo comunista e seus costumes.

Uma das políticas mais conhecidas do país era a do filho único, que foi iniciada na década de 1970 para tentar controlar a alta taxa de natalidade do país na época. Em 2016, a China deixou essa política de lado e a substitui por um limite de dois filhos por casal. Mesmo assim, isso não levou a um aumento de nascimentos.

Agora, na última segunda-feira, a China anunciou que permitirá que os casais tenham até três filhos. Essa mudança aconteceu depois do censo nacional mostrar um declínio bastante acentuado nas taxas de natalidade.

Fim de políticas

Mesmo assim, os casais parecem não querer ter mais filhos. Por que? O custo de criar os filhos nas cidades chinesas foi uma das coisas que mais desencorajou os casais.

O censo populacional é feito na China uma vez a cada década. E no último, foi visto que os nascimentos no país caíram para o nível mais baixo desde 1960. O que fez com que algumas pessoas defendessem o fim das políticas de controle de natalidade. Contudo, outros dizem que as políticas não são o único obstáculo para novos nascimentos.

Um exemplo é Lili (nome fictício), que tem 31 anos e mora na capital do país, Pequim. Ela é casada há dois anos e revelou que não planeja ter filhos. A jovem disse que quer viver sua vida sem as preocupações constantes da criação dos filhos.

“Tenho muito poucos colegas que têm filhos e, se os têm, ficam obcecados em conseguir a melhor babá ou matriculá-los nas melhores escolas. Parece exaustivo”, disse ela.

População

O censo dessa década da China foi divulgado no começo desse mês e mostrou que aproximadamente 12 milhões de bebês nasceram em 2019. Isso foi uma diminuição significativa  com relação aos 18 milhões de nascimento vistos em 2016.

Por mais que a população geral tenha crescido, ela está aumentando em um ritmo mais lento visto em décadas. Isso está agravando as precauções de que a China possa vir a enfrentar uma diminuição populacional bem antes do que se espera.

Esse encolhimento populacional é controverso porque, quando ele acontece, não existe trabalhadores suficientes para sustentar os idosos. Com isso pode haver um aumento da demanda por saúde e assistência social.

Problemas

Um dos problemas da China pode ser ainda mais agravado porque, de acordo com especialistas, os homens estão tendo dificuldades para encontrar uma esposa. Isso porque existe um grande desequilíbrio de gênero no país. Em 2019, eram 34,9 milhões a mais de homens do que mulheres.

Esses números são consequência da rígida política do filho único e da cultura deles, tradicionalmente favorecer meninos. “Isso representa problemas para o mercado de casamentos, especialmente para homens com menos recursos socioeconômicos”, disse Mu Zheng, do Departamento de Sociologia da Universidade Nacional de Cingapura.

Além disso, os especialistas dizem que faltam medidas de apoio às famílias. Como por exemplo, um apoio financeiro para a educação ou acesso a creches para os filhos.

“A relutância das pessoas não está no processo de ter os filhos em si, mas no que vem depois”, explicou Mu.

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