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Crescimento populacional da China diminuiu nos últimos 67 anos

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O Escritório Nacional de Estatísticas da China divulgou nesta terça-feira, 11/05, dados do censo realizado no final de 2020. Os novos números mostram que a taxa de natalidade no país é a menor dos últimos 67 anos. De acordo com o documento, houve um aumento de apenas 5,4% em relação a 2010.

Em números absolutos, a China teve um aumento populacional de cerca de 73 milhões de pessoas na última década. Mesmo que a comparação em termos cronológicos pareça irrisória ao país e tenha se tornado um problema para a nação, o crescimento populacional na última década é maior que o número de habitantes da Califórnia e do Texas – juntos.

População

Atualmente, a China tem mais de 1,411 bilhão de pessoas, ante aos 1,340 bilhão registrados em 2010. Segundo as informações que foram disponibilizadas em uma reportagem publicada pela CBS News, o pequeno crescimento populacional que ocorreu na última década se deu porque os chineses estão envelhecendo mais rápido.

“Primeiro, o número de idosos é bem maior que antes”, disse Ning Jizhe, diretor do Escritório Nacional de Estatísticas da China. “Existem 260 milhões de pessoas no país com 60 anos. Para se ter uma referência, a população dos Estados Unidos é de cerca de 330 milhões”.

“Em segundo lugar, o processo de envelhecimento se acelerou significativamente. De 2010 a 2020, a proporção da população com mais de 60 anos aumentou 5,4%. Essa taxa representa o dobro da taxa de crescimento entre 2000 e 2010, que foi de 2,5%. Isso mostra que o envelhecimento se tornou uma condição nacional básica de nosso país há muito tempo”.

Problemas

Em um esforço para instaurar esperança em torno da nuvem de preocupações que assola a população da China, Ning acrescentou: “Mesmo que o número de idosos seja bem maior, há, em meio ao cenário, o fato de termos nos tornado um país mais maduro”.

De acordo com a reportagem publicada pela CBS News, a China, hoje, está enfrentando um problema intitulado como reposição populacional: não estão nascendo pessoas suficientes para substituir aqueles que morrem. De acordo com os dados do censo, o gigante asiático registrou apenas 12 milhões de nascimentos em 2020 – o menor número em 49 anos.

Em 2015, o país até chegou a mudar sua polêmica política – instaurada há três décadas – de que cada casal poderia ter apenas um filho. Desde tal data, cada família poderia trazer ao mundo dois filhos. A mudança, mesmo à primeira vista sendo significativa, não transformou o cenário, como revela os dados do censo.

Outro fator que tem interferido no crescimento populacional é a dedicação que os cidadãos chineses têm em relação à rotina. Muitos preferem se dedicar ao trabalho e usufruir de padrões de vida mais elevados e, por isso, inúmeros casais optam por não ter filhos – ou ter apenas um.

Com isso, o país se junta a outras nações asiáticas que estão passando por semelhantes mudanças demográficas, incluindo Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, Macau, Cingapura e Taiwan, que tem a menor taxa de natalidade do mundo.

Consequências

Conforme expôs a matéria veiculada pela CBS News, a mudança demográfica na China pode trazer sérias ramificações para o crescimento econômico e acarretar um efeito dominó na estabilidade social e política em um estado comunista rigidamente controlado.

Como todos sabem, os chineses são os que movem o crescimento econômico do país. Dado o fato de que os laços políticos e econômicos da China com os Estados Unidos seguem instáveis, Pequim, hoje, estuda a possibilidade de aumentar o consumo doméstico – no momento, apenas cerca de 39% da economia da China é movida pelo consumo doméstico, enquanto nos Estados Unidos o consumo doméstico é responsável por cerca de 70% de sua economia.

Quando a população chinesa começar a diminuir – e vai diminuir – o crescimento econômico do país irá desacelerar e, provavelmente, reduzirá.

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