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Quênia decreta feriado nacional para o plantio de 150 milhões de árvores contra mudanças climáticas

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Grandes e robustas, as árvores nunca são pensadas de maneira diferente do senso comum, ou seja, um bom lugar para fazer sombra e, às vezes, render alguns frutos para o consumo. Mas elas, que muitas vezes são vistas só como parte de uma paisagem maior, têm suas peculiaridades. E são muitas.

Somos ensinados, desde sempre, que as árvores são extremamente importantes para o nosso planeta. São imprescindíveis para a vida na Terra, ainda mais agora que estamos passando por mudanças climáticas profundas por conta do descaso com a natureza.

Felizmente, em alguns países a importância do meio ambiente para um futuro melhor é levada a sério e coisas práticas são feitas a respeito. Como por exemplo um anúncio que deixou várias pessoas do Quênia surpresas. Na última segunda-feira, o governo do país decretou feriado nacional como forma de promover o plantio de 150 milhões de mudas de árvores.

Plantio de árvores

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Essa iniciativa é parte de uma meta extremamente ambiciosa de plantar 15b ilhões de mudas até 2032. Hoje em dia, somente 7% do Quênia tem uma cobertura florestal. Contudo, com um investimento de 80 milhões de dólares, o objetivo é que pelo menos 10% de todo o território seja coberto por árvores na próxima década.

As mudas para a população plantar são disponibilizadas de graça em viveiros, no entanto, o local onde elas devem ser plantadas é designado pelas autoridades. Mesmo assim, elas também podem ser levadas para casa. Com esse programa, o objetivo é que cada queniano plante, pelo menos, duas árvores.

“Definimos as mudanças climáticas como uma das cinco principais ameaças à segurança que o nosso país enfrenta hoje. Os conflitos entre os agricultores contra os pastores, muitas vezes resultando na perda de vidas, ferimentos e destruição de propriedades, é uma consequência da luta por recursos limitados devido às alterações climáticas. Temos o dever patriótico individual e coletivo de conservar o meio ambiente e reverter a situação plantando e cultivando árvores”, escreveu Kithure Kindiki, ministro do Interior, em suas redes sociais.

O progresso do programa e do plantio pode ser acompanhado pelo aplicativo Jaza Miti, que foi disponibilizado pelo Ministério do Meio Ambiente.

Importância

Gizmodo

Um dos motivos para as árvores serem tão importantes é que consomem e armazenam carbono da atmosfera em sua madeira. Mas e quando uma árvore morre, o que acontece?

Essa pergunta é tão complexa que até os dias de hoje não se entende bem como todo o processo acontece. A madeira morta, que é composta por árvores caídas, árvores mortas em pé e troncos e galhos caídos, atualmente tem aproximadamente 8% de todo o carbono que já está na atmosfera.

Contudo, o quadro completo que a madeira em decomposição tem no ciclo global do carbono é difícil de se estimar. Por conta disso, vários experimentos novos estão sendo feitos para colocar um número nessa parte que é tão importante no ciclo de carbono do nosso planeta. Eles sugerem que os insetos têm um papel invisível, mas muito importante.

Os estudiosos acreditam que anualmente cerca de 10,9 giga toneladas de carbono são liberadas de matéria lenhosa em decomposição ao redor do mundo. Isso é o equivalente a 115% das emissões anuais de combustíveis fósseis, e um quarto do carbono liberado dos solos todos os anos.

Entretanto, isso também é uma parte natural da renovação da floresta, já que a decomposição é uma parte crucial do ciclo de vida da floresta. Mais de 90% dessas emissões vêm da desintegração da madeira nos trópicos. E quase 30% são liberadas pelos insetos em decomposição.

“Até agora, pouco se sabia sobre o papel das árvores mortas. Sabemos que as árvores vivas desempenham um papel vital na observação do dióxido de carbono na atmosfera. Mas até agora, não sabíamos o que acontece quando essas árvores se decompõem. Acontece que isso tem um impacto enorme”, disse o ecologista e biólogo conservacionista David Lindenmayer, da Australian National University (ANU).

Claro que nem todo o carbono que é liberado pela madeira morta vai direto para a atmosfera. Um pouco fica preso no solo ou em criaturas que usam a madeira como alimento ou abrigo

De acordo com um estudo feito no começo de 2021, descobriu-se que as árvores mortas em pé podem não estar emitindo tantos gases de efeito estufa por conta própria quanto o solo. E essas árvores podem, na realidade, agir como palha e sugar carbono ou metano do solo e os emitindo na atmosfera.

A velocidade com a qual a madeira morta vai se decompor depende principalmente das interações entre o clima local e a atividade dos decompositores, como por exemplo, os fungos, micro-organismos e insetos.

Os pesquisadores viram que a mudança climática pode aumentar a decomposição da madeira nas regiões tropicais e subtropicais conforme as temperaturas vão subindo. Isso, desde que ainda tenha umidade nessas regiões. E nas áreas secas, a decomposição da madeira provavelmente irá diminuir, mesmo se as temperaturas forem altas.

A conclusão que se chegou foi que as florestas temperadas e boreais mais ao norte representam menos de 7% do carbono liberado da madeira morta anualmente. O resto vem dos trópicos. Os pesquisadores descobriram que nesses lugares a precipitação e os insetos chatos de madeira juntos têm um papel bem crítico na reciclagem das árvores mortas.

Fonte: Conexão planeta, Science alert

Imagens: Conexão planeta, Gizmodo

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