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Viagem no tempo é possível sem causar caos no futuro? Segundo cientista, sim

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Todo mundo já quis voltar no tempo para corrigir alguma coisa, não é mesmo? Uma atitude que teve, algo que falou, ou simplesmente reviver um bom momento. Se não para o passado, pelo menos para o futuro quase todos nós já tivemos a vontade de viajar. Mas em praticamente todos os filmes que mostram viagem no tempo, é visto que se algum fato do passado for mexido, mesmo que minimamente, isso pode acarretar mudanças bruscas no  futuro.

Mesmo assim, o ser humano tenta descobrir uma forma de fazer essa viagem no tempo se tornar real há eras. No entanto, até onde se sabe, isso nunca foi descoberto. E junto com a possibilidade de voltar no passado vem a questão de: como conseguir fazer essa viagem sem mudar nada? É possível evitar o paradoxo?

Outra pergunta ainda mais complexa é: como pode existir a viagem no tempo? E como ela pode ser humanamente possível? Há alguns anos, o estudante de física Germain Tobar, da Universidade Queensland, na Austrália, ficou com essas perguntas na cabeça e teria descoberto como “elevar os números ao quadrado”, o que quer dizer, como viajar no tempo sem causar nenhum paradoxo.

Estudo

Metranca

Em 2020, ele explicou que “a dinâmica clássica diz que, se você conhece o estado de um sistema em determinado momento, isso pode nos contar toda a história do sistema”.

“No entanto, a teoria da relatividade geral de Einstein prevê a existência de loops temporais ou viagens no tempo – onde um evento pode estar tanto no passado como no futuro de si mesmo – teoricamente virando o estudo da dinâmica de cabeça para baixo”, disse ele.

De acordo com o Science Alert, os cálculos feitos mostram que o espaço-tempo pode, potencialmente, autoadaptar-se para que esses paradoxos sejam evitados. Em um exemplo tópico, é possível imaginar um viajante do tempo indo até o passado para evitar que alguma doença se espalhe. Se ele conseguir isso, ele pode não ter essa doença que o fez voltar no tempo para evitar.

Contudo, de acordo com o estudo de Tobar, essa doença pode se espalhar de uma outra maneira através de uma nova rota ou método. Isso iria eliminar o paradoxo da viagem no tempo.

Mesmo que a teoria dele não seja fácil para não-matemáticos, ela faz a análise da influência de processos deterministas em um número arbitrário de regiões no continuum espaço-tempo.

Evitando paradoxo

Engenhariae

Ainda em seu estudo, Tobar faz a demonstração de como as duas curvas fechadas parecidas com o tempo, que foram previstas por Einstein, tem condições de se ajustar às regras de livre arbítrio e da física clássica.

“A matemática confere – e os resultados são matéria de ficção científica”, disse o físico Fabio Costa, da Universidade de Queensland, que supervisionou o estudo.

Além disso, o estudo feito por Tobar suavizou a questão hipotetizando que a viagem no tempo é possível, mas os viajantes teriam restrições do que poderiam fazer no passado para que o paradoxo fosse evitado. Ou seja, eles até poderiam fazer o que quisessem, mas o tempo e o espaço iriam se ajustar para que os paradoxos não acontecessem.

Por mais que os números deem certo, a dobra do espaço e do tempo ainda são uma ilusão porque as máquinas do tempo criadas até o momento têm conceitos bastante elevados que seguem somente como cálculos vistos em uma página.

“Por mais que tentem criar um paradoxo, os acontecimentos irão sempre se ajustar para evitar qualquer inconsistência. A gama de processos matemáticos que descobrimos mostra que a viagem no tempo com livre arbítrio é logicamente possível em nosso Universo e sem qualquer paradoxo”, concluiu Costa.

Viagem no tempo

R7

Nos filmes que têm viagem do tempo, um problema recorrente são as consequências não desejadas no estilo “efeito borboleta”. Contudo, os físicos têm motivos para acreditar em uma paisagem quântica. E ajustar a história dessa forma não deve ser um grande problema. Voltar a um momento que já passou ainda está na categoria “muito difícil”. Mas os físicos do Laboratório Nacional de Los Alamos, nos EUA, criaram uma simulação usando um computador quântico IBM-Q.

“Em um computador quântico não há problema em simular a evolução oposta no tempo ou em executar um processo ao contrário no passado”, disse o físico teórico Nikolai Sinitsyn.

Claro que isso não tem a mesma complexidade que um universo com pessoas e eventos históricos. Mas uma etapa pequena feita de estados quânticos correlacionados foi o suficiente para os pesquisadores reproduzirem eventos com pequenas mudanças para ver com as coisas acontecem.

“Para que possamos realmente ver o que acontece com um mundo quântico complexo, se voltarmos no tempo, adicionarmos pequenos danos e voltarmos. Descobrimos que nosso mundo sobrevive. O que significa que não há efeito borboleta na mecânica quântica”, explicou Sinitsyn.

Em 1952, Ray Bradbury se referiu ao chamado efeito borboleta em seu conto “A sound of thunder”, em que seu personagem mudou o futuro pelo simples fato de ter pisado em uma borboleta.

Fora da ficção, a física da teoria do caos tem sua própria referência ao poderoso efeito borboleta em uma palestra feita pelo meteorologista Edward Lorenz, em 1972. Essa versão da teoria tem consequências de longo alcance que não conseguiríamos prever por conta da complexidade desses eventos.

Os estados quânticos têm um conjunto de regras totalmente diferente. E até agora ninguém sabia ao certo como o efeito borboleta se comportaria em um mundo quântico. Por isso, Sinitsyn e seu colega Bin Yan queriam saber o que aconteceriam se eles voltassem as interações que envolvem ondas quânticas de possibilidade e depois introduzissem a analogia quântica de um efeito borboleta.

“Descobrimos que, mesmo que um invasor realize medições que danifiquem o estado no estado fortemente emaranhado, ainda podemos recuperar facilmente as informações úteis. Porque esse dano não é ampliado por um processo de decodificação”, explicou Yan.

O efeito borboleta não tem sentido no mundo quântico. Com isso, os pesquisadores especularam que a história emaranhada do qubit não é um grupo delicado de variáveis, mas sim exatamente o que preserva o seu futuro. E quanto mais complexa sua jornada no tempo, mais determinado ele é de voltar ao presente com suas informações intactas.

“Descobrimos que a noção de caos na física clássica e na mecânica quântica deve ser entendida de maneira diferente”, concluiu Sinitsyn.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Metranca, Engenhariae, R7

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