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7 refugiados que mudaram o mundo

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Fomos bombardeados por notícias sobre milhões de pessoas fugindo de circunstâncias terríveis em busca de lugares seguros para viver. O fluxo contínuo de refugiados sírios e iraquianos, que abandonam as zonas atingidas pelo conflito, é apenas um exemplo recente. A humanidade, infelizmente, tem uma longa história insípida sobre os refugiados. Algumas pessoas tentaram mantê-los fora de seus países ou sugeriram que tal chegada é sem precedentes. No entanto, a história está aí para provar que tais posturas são tão equivocadas quanto empiricamente falsas. Conheça, por meio de nossa lista, refugiados que mudaram o mundo.

De fato, muitos refugiados passaram a fazer história. Eles aprimoraram radicalmente o mundo em que todos vivemos. Você confere 7 refugiados históricos, extremamente importantes, cujas contribuições continuam a impactar nosso mundo até os tempos de hoje.

1- Albert Einstein

Einstein era um refugiado judeu que escapou da Alemanha quando os nazistas chegaram ao poder no início do século XX. Ele estudou e trabalhou tanto na Suíça (onde adquiriu cidadania em 1901) como na Alemanha (onde se tornou cidadão em 1914).

No início do século XX, os anti-semitas procuravam divulgar a pesquisa de Einstein como “não-alemã”. Sua propriedade foi confiscada sob o nazismo do Terceiro Reich. Além disso, seus livros foram queimados e o físico teórico foi acusado de traição.

Em 1933, incapaz de encontrar trabalho em uma Alemanha cada vez mais fanática, ele migrou para os Estados Unidos com status de refugiado. Lá, ele trabalhou como professor de Física Teórica na Universidade de Princeton.

“Eu sou privilegiado pelo destino de morar aqui em Princeton… Nesta pequena cidade universitária, as vozes caóticas da contenda humana mal penetram. Estou quase com vergonha de estar vivendo em paz, enquanto todo o resto luta e sofre”, disse a respeito de ter migrado para os EUA.

2- Victor Hugo

Victor Hugo nasceu em Besançon, França, em 1802. Na época em que Napoleão III derrubou a Segunda República Francesa em 1851, Hugo já era uma voz ativa na política. Por isso, fora forçado a deixar o país. Hugo viajou pela primeira vez para a Bélgica, que o rejeitou.

Mais tarde, ele recebeu asilo no Reino Unido, escrevendo: “Eu amo tudo o que sofre pela liberdade, pela pátria e pela justiça; e tenho paz de espírito, embora seja sempre doloroso pisar em terra estrangeira”.

Enquanto no exílio, Hugo escreveu seu clássico Lés Miserables. Por fim, Napoleão ofereceu anistia ao Hugo, mas ele recusou. “Quando a liberdade voltar, retornarei”, disse. Ele o fez depois da queda do regime e foi recebido por seus colegas franceses que cantaram La Marseillaise. Esse é um dos refugiados que mudaram o mundo.

3- Henry Kissinger

Henry Kissinger nasceu em Fürz, Alemanha, no ano de 1923. Depois de fugir da Alemanha nazista em 1938 – como Einstein havia feito apenas alguns anos antes – sua família chegou à Nova York.

Depois de servir no Exército dos EUA e estudar Ciência Política na Universidade de Harvard, Kissinger tornou-se Conselheiro de Segurança Nacional na administração de Richard Nixon. Além disso, foi Secretário de Estado de Nixon e Gerald Ford.

Em um vídeo de 2013 do Comitê Internacional de Resgate, ele disse: “Quando você vê o êxodo em massa de pessoas em situações de guerra, ou em situações de genocídio, isso aumenta meu interesse pessoal. Mas acho que minha experiência pessoal cria uma compreensão e, gosto de pensar, um senso de obrigação de ser compreensivo e solidário”. E continuou, sendo enfático: “Então, por todas essas razões, acho que ajudar os refugiados é algo que esse país precisa fazer”.

4- Frédéric Chopin

O aclamado pianista nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1810. Os críticos notaram a capacidade de Chopin de integrar o amor pela terra com a música. Eles escreveram que “Chopin sabe que sons são ouvidos em nossos campos e bosques. Ele ouviu o canção da aldeia polonesa, fez o seu próprio e uniu as músicas de sua terra natal em composição hábil e elegante execução”.

Enquanto a Rússia fazia incursões na Polônia, Chopin resolveu “divulgar a causa da Polônia no exterior, através de sua música”, escreveu o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Chopin mudou-se para Viena em 1830, com a ideia de retornar eventualmente à Polônia. Mas quando a guerra começou, seu pai lhe disse para não voltar. Era perigoso demais.

Em vez disso, Chopin mudou-se para Paris. Ele foi bem recebido pela nobreza polonesa e pôde, assim, compartilhar cultura e música polonesa com os franceses. Seu tempo em Paris “despertou a consciência francesa para a luta polonesa”, escreveu o ACNUR. Esse é um dos refugiados que mudaram o mundo.

5- Madeleine Albright

Madeleine Albright nasceu em Praga/República Tcheca no ano de 1935. A futura secretária de Estado dos EUA e sua família tiveram que fugir de suas casas em duas ocasiões diferentes. Na primeira, eles se mudaram para a Grã-Bretanha por conta da ocupação alemã da Tchecoslováquia.

Depois de retornarem, partiram pela segunda vez por causa do golpe comunista de 1948. Ela tinha 11 anos quando sua família chegou ao estado do Colorado. Em 1997, Albright se tornou a primeira secretária de Estado do gênero feminino, depois de servir como embaixadora das Nações Unidas para os Estados Unidos.

Falando em uma cerimônia de naturalização em 1998, ela disse aos novos cidadãos dos EUA: “Hoje marca um novo começo em suas vidas. E um capítulo em andamento na história da América, que é, acima de tudo, a história dos imigrantes”.

6- Paul Kagame

Paul Kagame nasceu em Ruanda no ano de 1957. Na época, duas tribos estavam fraturadas. Após a revolução camponesa hutu de 1959, que resultou na morte de 20.000 tutsis, Kagame e sua família deixaram o país.

Eles se mudaram para um campo de refugiados no oeste de Uganda, onde o jovem Kagame não se qualificava para a cidadania. E, portanto, não podia frequentar a escola secundária.

Kagame se encontrou com a ativista ugandense Yoweri Museveni, cujo envolvimento no Exército de Resistência Nacional inspirou-o a liderar um movimento militar. O objetivo era o de lutar contra a violência que destruía Ruanda – e especificamente a minoria tutsi. Em 1987, Kagame ajudou a fundar a Frente Patriótica de Ruanda, que fez campanha pelo repatriamento dos 480 mil tútsis que fugiram do país.

Durante o genocídio de 1994, a liderança militar de Kagame conseguiu interromper o banho de sangue. De acordo com a Human Rights Watch, “os soldados da RPF salvaram dezenas de milhares de aniquilamento e perseguiram implacavelmente aqueles que consideravam culpados de genocídio”. No entanto, essa liderança teve um custo.

A HRW continuou: “Em seu esforço para a vitória militar e a suspensão do genocídio, a RPF matou milhares de pessoas. Incluindo não-combatentes, bem como tropas do governo e membros da milícia”. No incrivelmente frágil governo pós-genocídio, Kagame tornou-se o primeiro vice-presidente de Ruanda. Ele se tornou presidente em 2000. Esse é um dos refugiados que mudaram o mundo.

7- Dalai Lama

Dalai Lama nasceu no Tibet com o nome de Lhamo Dhondup. Dois anos após o seu nascimento (1935), ele foi identificado como a 14ª reencarnação do Dalai Lama. Com a idade de seis anos, deixou sua família para viver com os monges budistas.

Quando adolescente, ele foi declarado o governante do Tibete. No entanto, devido à violenta opressão chinesa, fugiu do país durante a revolta tibetana e, em 1959, foi concedido o refúgio na Índia. Ele nunca voltou ao Tibete.

Em uma entrevista de outubro de 2015, perguntaram ao Dalai Lama se ele sentia uma conexão com aqueles que fugiam da Síria em busca de uma vida melhor.

“Naturalmente, naturalmente. Quando conheço novos refugiados, sempre menciono que sou um refugiado sênior! É um problema criado pelo homem, com várias razões. Anteriormente, principalmente razões políticas – diferentes nações tinham uma atitude negativa em relação ao outro e um grande número de pessoas se tornou refugiado (…)”, argumentou.

Porém, ele é esperançoso. Na mesma entrevista, teve que acrescentar: “100% de mudança é impossível. A mudança é gradual. Temos que trabalhar com uma atitude otimista. Neste momento, dois grupos se consideram inimigos, nenhum senso de reconciliação. Mas tente. Tente falar. Conhecer (…)”.

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