Ciência e Tecnologia

Ciência consegue reverter envelhecimento dos óvulos

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O famoso “relógio biológico” pode ser retardado pela ciência pela primeira vez na história. Isso porque cientistas avançaram na direção de reverter ou então atrasar o envelhecimento dos ovários e dos óvulos. Assim, torna-se possível a gravidez em idades mais avançadas para as mulheres que optam por isso.

Diferente dos homens, que possuem órgãos reprodutores que criam milhões de novos espermatozoides todos os dias, as mulheres já nascem com os óvulos que terão na vida. Então, à medida que envelhecem, a qualidade do DNA que cada óvulo contém diminui. Por isso, a probabilidade de uma mulher engravidar aos 20 anos é de 86%, enquanto a probabilidade aos 40 é de 36%.

Dessa forma, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Hebraica de Jerusalém, localizada em Israel, conseguiram descobrir como funciona o envelhecimento dos óvulos. Sendo assim, conseguiram revertê-lo com um antiviral que foi criado para o tratamento de Aids, a Ziovudina, ou AZT.

Ainda durante a juventude, os óvulos já começam a acumular danos no material genético. Então, gradualmente, os gametas não conseguem mais amadurecer e nem são fertilizados depois da faixa dos 35 anos.

Isso porque uma boa parte do genoma humano possui sequências semelhantes a vírus ou fragmentos de vírus, que são responsáveis pela danificação dos óvulos. “Uma vez que o DNA que ataca se comporta como um vírus, foi colocado a hipótese de que a medicina antiviral administrada aos óvulos pode inverter a sua idade e rejuvenescê-los”, disse Michael Klutstein, biólogo molecular da Hebrew University e líder da investigação, ao The Times of Israel.

Inibidores

Assim, o estudo foi publicado recentemente na revista Aging cell. Nele, os pesquisadores chegaram à conclusão de que quem promove a perda de processos do gameta é o envelhecimento. Já esses processos são responsáveis por impedir que as partes prejudiciais do gameta se tornem ativas.

A equipe usou inibidores de transcritores inversos, que são usados para tratamento de vírus como o HIV e o HPV. “Testamos centenas de óvulos de rato e depois de humanos, o que confirmou a hipótese”, revelou Klutstein.

Dessa forma, os estudos ainda não tiveram a fecundação de óvulos, mas a fertilização in vitro começará em breve, usando óvulos rejuvenescidos de ratos. Isso porque primeiro testa se o procedimento melhora as chances de reprodução.

Posteriormente, os pesquisadores esperam conseguir testar em humanos. “Dentro de uma década, esperamos ser capazes de aumentar a fertilidade entre mulheres mais velhas utilizando medicamentos antivirais”, explicou Michael Klutstein.

Ainda há dúvidas sobre o estudo se realmente com a descoberta será possível restaurar a fertilidade dos óvulos. Contudo, ele já é uma boa notícia, principalmente em um período em que a decisão por ter uma família está acontecendo mais tarde.

Média de idade materna

Família com filho

Halfpoint Images/Getty Images

Entre 2000 e 2019, o número de nascidos no estado de São Paulo diminuiu de 699,4 mil para 580,2 mil. Sendo assim, a mudança importante a se observar é a faixa etária das mulheres que tiveram filho.

Uma pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que a quantidade de mães com menos de 20 anos caiu pela metade, de 19,5% para 10,4%, de 2000 para 2019. Assim, aumentou a parcela das mães com mais de 30 anos. As mães com idade de 30 a 39 anos passaram de 26% para 29,1% no mesmo intervalo.

Entre esses anos da pesquisa, a média de idade das mães paulistas passou de 25,9 a 28,7, representando um aumento de três anos. Dessa forma, no Brasil, de acordo com os Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, diminuiu em 16,1% o número de crianças nascidas de mães com menos de 30 anos.

No entanto, aumentou em 36% o número dos nascimentos para mães entre 30 e 44 anos. Na faixa etária acima de 45 anos, diminuiu em 14,9%. Isso no período entre 2008 e 2018.

Fonte: Agência Brasil, Olhar Digital

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