Nosso passado é de extrema importância para nosso desenvolvimento futuro. Entender e conhecer de onde viemos, nos ajuda a entender melhor quem foram nossos antepassados. Para isso é necessário muita pesquisa e exploração. No Brasil, acreditava-se que não existiam rituais funerários, pois se tratava de uma sociedade que lidava de forma “simplista” com a morte e seus ritos.
No entanto, uma descoberta recente provou o contrário. Restos mortais foram encontrados em Matozinhos, cidade de Minas Gerais. Coincidentemente, essa é a mesma região aonde o crânio de Luzia foi encontrado. O fóssil da mais antiga brasileira de que se tem notícia.
Restos encontrados
Dentro de uma caverna em Matozinhos foram encontrados: dedos cortados, ossos quebrados, ossos pintados de vermelho, restos queimados e por aí vai. Além disso, havia no local uma remontagem de ossos, no entanto, de indivíduos diferentes. Os cortes eram realizados de forma regular e no final, tudo parecia um grande lego que se encaixava.
Crânios quebrados e também usados como recipientes. Alguns continham restos que haviam sobrevivido a queima e também dentes que foram arrancados. O processo era feito usando ferramentas muito simples, no entanto, parece ser extremamente complexo.
Como eram os rituais
Os ossos,, como já dissemos anteriormente, eram cortados de forma regular e depois encaixados. Os pesquisadores atribuíram esse ritual a uma demarcação do ciclo da vida. Ossos de crianças e adultos eram misturados, algo que simbolizava a trajetória da juventude a velhice.
Os pesquisadores ainda não conseguiram desvendar todos os ritos e suas significações. Há ainda um longo caminho de pesquisa pela frente, no entanto, eles conseguiram separar de que forma esse ritual acontecia. A primeira fase era bem simples, os corpos eram simplesmente enterrados. A segunda e a terceira fase compõem as partes mais complexas.
Na segunda fase, acontecia o processo mais intenso do rito. Os esqueletos tinham seus ossos quebrados, pintados, encaixados e queimados. É importante frisar que esse processo não obrigatoriamente era realizado com todos os ossos. Algumas dessas ações ocorriam com alguns ossos e com outros não. Na terceira fase e última, os ossos eram desarticulados (montagem de vários indivíduos) e então algumas partes eram quebradas de forma proposital.
Os pesquisadores ainda estudam o que cada uma dessas fases e ações significa, para compreender melhor os ritos de morte de cerca de 10 mil e 500 anos atrás. A pesquisa tem sido realizada através do projeto Morte e Vida na Lapa do Santo.
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