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Conheça Itabaianinha, a cidade brasileira com uma grande população de anões

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Quantas pessoas adultas como menos de 1,50 metro de altura você conhece na sua cidade? Eu estive aqui pensando, não veio nenhuma na minha cabeça. É normal, já que no Brasil, a média para pessoas anãs é de um para cada 10 mil habitantes de tamanho considerado normal. Em Itabaianinha, essa média é 25 vezes maior.

Itabaianinha é uma cidade com 40 mil habitantes, que fica no interior de Sergipe, próximo ao Vale do Rio Real, e é o segundo maior município da região. Conhecida há gerações como “a cidade dos anões”, ali nasce uma quantidade incomum de moradores que não crescem acima de 1,45 metros. Estima-se que cerca de 150 habitantes tenham nanismo.

A cidade brasileira dos anões

Para algumas pessoas, o termo anão possa parecer pejorativo, mas não é o caso entre os moradores de Itabaianinha, eles preferem ser chamados de anões do que outros termos. Não existe um senso oficial, mas o número de moradores anões é estimado entre 70 a 100. Sendo assim, ser pequeno ali não é tão diferente, já que em média um a cada 266 moradores tem baixa estatura.

Se você visitar a cidade, vai dar de cara com um vendedor de verduras de menos de um metro e meio, um agricultor baixinho, ou dona Juvência Maria de Melo, que mede 1,20 metro caminhando pela praça da cidade.

Luisa Dorr é uma fotógrafa que viajou até a cidade para registar a vivência dos moradores. Ela ficou três dias na cidade, conversando e conhecendo as histórias de vida dos anões, as fotografias foram para o projeto “Terra de Gigantes”. Ela conta que, quando chegou à cidade, as pessoas tiveram problemas para entender do que se tratava esse projeto. Muitos deles, acharam que ela estava ali procurando atores para programas de comédia na TV. Infelizmente, um estigma que essas pessoas carregam. Outros, pediram dinheiro para serem fotografados.

Pelo Facebook a fotógrafa encontrou um homem chamado Sérgio, que se ofereceu para mostrar a cidade para ela, e ainda a levou para assistir uma partida de futebol de anões locais. Lá, ela vivenciou um pouco da rotina daquelas famílias, que trabalham duro para se manter. E mesmo que tenham que ajustar suas casas e carros à sua estatura, essas pessoas têm os mesmos empregos que todo mundo.

Nanismo

Existem variados tipos de nanismo, o que a maioria das pessoas em Itabaianinha têm não é o mais comum do mundo, eles compartilham uma mesma mutação genética que afeta o receptor de hormônio do crescimento, fazendo deles mais baixos em altura, porém com as mesmas proporções de pessoas de estatura média. Normalmente, essa condição é transmitida de pais para filhos, mas alguns portadores não a desenvolvem.

Essa quantidade de pessoas de baixa estatura na cidade é associada a endogamia – união entre indivíduos aparentados, geneticamente semelhantes – que fez o fenômeno crescer, muitos dos anões da cidade vêm de famílias de zona rural que costumava ser isolada.

Os pequenos moradores vivem rodeados por mitos, um deles é que a falta de hormônio de crescimento prolonga a vida. Mas, cientistas da Universidade de John Hopkins, nos Estados Unidos, foram até Itabaianinha para fazer uma pesquisa. Assim, eles descartaram a possibilidade de que a mutação esteja relacionada a expectativa de vida. No entanto, a população de anões na cidade está diminuindo, provavelmente devido ao aumento de casamentos com pessoas que não têm tamanho considerado normal, e também porque a maioria delas já estão idosas.

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