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Dodecaedro do Império Romano ainda intriga pesquisadores

dodecaedro
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O polígono de doze lados, chamado de dodecaedro, é bastante abordado nas escolas durante o ensino médio. No entanto, um mistério ainda sem solução envolve um objeto como esse, encontrado em 1793, durante uma escavação na Inglaterra. A relíquia intriga os pesquisadores ainda hoje, já que o dodecaedro descoberto no século 18 foi moldado com uma precisão impressionante, além de não ter ficado explícito qual era sua função em séculos anteriores.

O objeto misterioso, feito em metal, possuía um buraco esculpido em cada face, e, na parte exterior dos cantos da peça, havia pequenas esferas. O dodecaedro foi datado entre o século 2 d.C e 3 d.C, na época do Império Romano e, por isso, ficou conhecido como dodecaedro romano.

O Império Romano é conhecido por sua cultura, arquitetura, literatura e história vasta, repleta de batalhas e traições. Porém, mesmo que existam diversos registros da época, a falta de alguns documentos deixam questões em aberto, como no caso dos dodecaedros.

Além daquele encontrado em 1793, mais de cem desses objetos foram desenterrados nos últimos anos. Eles estavam espalhados por toda a Europa: além da Inglaterra, os objetos foram encontrados na Alemanha, França, Itália, Espanha, Suíça, Hungria, Bélgica, Áustria, Holanda e Luxemburgo. A informação foi documentada pelo site News Beezer.

Rheinisches Landesmuseum Bonn

Todos eles possuem entre 4 e 11 centímetros de diâmetro, e os buracos de cada face do polígono metálico costumam ter tamanhos diferentes. Um detalhe curioso que apenas contribui para tornar a relíquia ainda mais enigmática é o fato de não existir nenhum documento histórico ou peça artística da época do Império Romano que faça menção a esse objeto.

Hipóteses para a existência do dodecaedro romano

Ao longo dos séculos, diversas teorias foram levantadas para tentar explicar para que os antigos usavam o dodecaedro. No século 19, uma das especulações que ganhou bastante popularidade foi a de que o artefato era uma arma.

No entanto, mesmo que os soldados romanos utilizassem bolas de chumbo para atacar seus oponentes, não faria sentido utilizar também os dodecaedros. Caso fossem utilizados em guerras, os objetos não precisariam ser ocos e com vários lados e aberturas.

Schwarzenacker Roman Museum

Uma outra hipótese aponta a ideia de que os dodecaedros tenham sido utilizados como objetos de medição. Olhando através dos orifícios de tamanhos irregulares do dodecaedro, por exemplo, soldados poderiam calcular a distância entre eles e algum equipamento inimigo.

Essa teoria, no entanto, deixou de ser aceita em 2016, quando o historiador Tibur Grull observou que nenhum dos artefatos possui a mesma proporção. Dessa forma, eles não seriam adequados para usos matemáticos.

Como a maior parte dos dodecaedros não apresenta grandes sinais de desgaste, também há quem especule que os objetos se tratavam simplesmente de uma peça artística, uma escultura de forma geométrica projetada para decorar ambientes ocupados por pessoas de prestígio. Essa hipótese também é sustentada pelo fato de alguns dodecaedros terem sido achados próximos de moedas ou outros artigos valiosos.

Outras especulações são de que o objeto seria um castiçal de vela, uma ferramenta pertencente a algum jogo ou simplesmente uma peça de significado religioso ou cultural. Contudo, uma das teorias mais aceitas recentemente foi proposta por pesquisadores do Museu de Manchester, na Inglaterra.

dodecaedro

Gallo-Roman Museum

Os estudiosos indicaram que o artefato era utilizado para a costura. Interessante, não? Segundo eles, o dodecaedro tornava mais fácil a tarefa de costurar uma luva de tricô. A Europa é um local com invernos rigorosos, então seria um instrumento útil.

Mesmo com as hipóteses citadas e com os pesquisadores acreditando se tratar de um objeto utilizado na costura, nada foi provado até hoje. O arqueólogo romano Rüdiger Schwarz, que esteve envolvido em uma escavação na cidade alemã de Frankfurt, afirmou que não há “nenhuma fonte da antiguidade que nos dê uma explicação para a função ou significado desses objetos”.

Segundo ele, “qualquer uma dessas teorias pode ser verdadeira, mas nenhuma pode ser validada ou refutada”. As afirmações foram repercutidas em um artigo do site Mental Floss.

Fonte: Aventuras na História

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