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Eclipse observado no Ceará há 100 anos comprovou teoria de Einstein e revolucionou a ciência

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Eclipse é um evento astronômico que acontece quando objetos celestes em trânsito ficam na mesma posição ou atravessam uns aos outros. Com o passar do tempo, as pessoas foram entendendo esse fenômeno. Mas até que fosse entendido realmente o que ele era, em várias culturas, um eclipse significava várias coisas diferentes, desde prelúdios de coisas boas, até momentos em que rituais tinham que ser feitos.

Mesmo que esses eventos aconteçam praticamente todos os anos, eles ainda impressionam as pessoas. E alguns deles entram para a história por conta da sua importância. Esse é o caso do eclipse solar total que teve como resultado a comprovação da teoria da relatividade geral, proposta por Albert Einstein.

No dia 29 de maio de 1919, o município de Sobral, na Região Norte do Ceará, escureceu por um pouco mais de cinco minutos. E foi justamente esse eclipse que trouxe uma luz nova a respeito da concepção do tempo, espaço e gravidade para o mundo todo.

História

G1

Contrariando o que propunha Isaac Newton na sua lei da gravitação universal, a teoria de Einstein postulava que a velocidade da luz era a única constante do universo, e não o tempo. Além disso, ele dizia que a massa de corpos, como o sol, os planetas e um buraco negro, deformava o espaço perto deles, gerando assim um desvio na trajetória de um feixe luminoso.

Colocando em outras palavras, é como se o espaço fosse um tecido gigante e o sol, um objeto com uma massa grande que pesasse sobre ele. Por isso, quanto mais massa um objeto tem, maior irá ser a mudança que ele provocará na geometria do espaço, que acaba sendo indissociável do tempo.

Para confirmar ou refutar essa ideia, o momento ideal é durante um eclipse solar total, já que é possível ver o posicionamento das estrelas perto do sol. Até porque, se não for assim, o brilho forte do sol não permite que essa observação seja feita.

Etapas

G1

Por conta da posição geográfica, esse eclipse de 1919 pode ser visto de Sobral e na Ilha do Príncipe, na costa ocidental africana, ao mesmo tempo. Por conta disso, cientistas ingleses, americanos e brasileiros de outros estados foram para o Ceará.

Nesse dia, amanheceu nublado e até com chuviscos, mas um pouco antes do eclipse acontecer o vento acabou levando as nuvens para longe e deixou o céu limpo. Então, entre as 8h58 e 9h03 a lua encobriu o sol por inteiro e uma grande sombra se formou na região. Ao mesmo tempo que isso aconteceu, a temperatura caiu.

Esse momento foi registrado por câmeras fotográficas, acopladas nos telescópios dos cientistas que tinham acabado de chegar em Sobral. Com isso, a primeira etapa de verificação empírica da teoria de Einstein estava concluída com sucesso.

A segunda aconteceu mais ou menos dois meses depois, quando as mesmas estrelas foram fotografadas, no mesmo local, por expedicionários britânicos. Esse registro foi feito à noite, quando a localização real das estrelas é captada.

Constatação

G1

Depois dessas etapas feitas, foram meses de cálculos complexos e comparação entre a chapas fotográficas. Com isso foi possível confirmar o que Einstein previa. “Foi notada uma sutil diferença na posição das estrelas, devido à massa do Sol, que mudaria o percurso da luz ao redor dele”, disse Emerson Ferreira de Almeida, diretor técnico-científico do Museu do Eclipse e do Planetário de Sobral.

“Esse eclipse de Sobral foi importante para a Teoria da Relatividade não só porque foi a primeira tentativa bem-sucedida, mas também porque todas as condições favoráveis estavam presentes”, continuou.

Em novembro de 1919, em Londres, a comunidade científica fez o anúncio sobre a veracidade nos fundamentos da teoria. Isso ajudou para que a genialidade do físico alemão fosse reconhecida e sua carreira consagrada. “A questão que minha mente formulou foi respondida pelo radiante céu do Brasil”, disse Einstein posteriormente.

Eclipses

Brasil escola

Assim como esse eclipse que confirmou a teoria da relatividade geral, existiram outros que também têm sua importância histórica.

1 – Eclipse Chinês (1302 a.C)

No dia cinco de junho de 1302 a.C., o imperador chinês Wu Ding viu a lua entrar na frente do sol por seis minutos e 25 segundos. O imperador ficou bastante impressionado com o fenômeno porque o seu símbolo era uma bola de fogo, então ele tomou o eclipse como um alerta.

Quando o fenômeno acabou, o imperador fez rituais para “trazer de volta” o sol e comeu refeições vegetarianas. De acordo com um estudo publicado no Journal of Astronomical History and Heritage, isso era o que se fazia depois de um eclipse na época.

2 – Crucificação de Jesus Cristo (29 ou 33 d.C)

A crucificação já é um evento bastante famoso entre os cristãos. Mas além desse fato, no mesmo dia, de acordo com os evangelhos cristãos, o céu ficou escuro por horas, o que dá a entender que aconteceu um eclipse. Sabendo disso, historiadores tentaram datar a morte de Jesus Cristo. Segundo alguns, ela aconteceu em 29 d.C. quando houve um eclipse total de dois minutos. Já outros dizem que foi em 33 d.C., quando o evento durou quatro minutos.

3 – Nascimento de Maomé (569 d.C)

No caso de Maomé, o Alcorão diz que antes do nascimento do profeta aconteceu um eclipse. Com isso, os historiadores relacionaram isso com o fenômeno que aconteceu em 569 d.C., que durou três minutos e 17 segundos.

Além desse eclipse no nascimento de Maomé, quando seu filho Ibrahim morreu, o sol também desapareceu do céu durante um minuto e 40 segundos. Segundo os textos islâmicos, os muçulmanos acreditavam que isso teria sido proclamado por Maomé, e não como uma consequência da vida ou morte de uma pessoa.

4 – Eclipse solar parcial no Brasil (1980)

Mesmo que o fenômeno tenha sido parcial no nosso país, na época, as pessoas do Mato Grosso do Sul e do norte do Paraná conseguiram ver melhor o eclipse. Nele, o sol formou um anel ao redor da lua.

5 – Eclipse total no Brasil (1991)

No dia, às 17h35, o sol ainda estava bastante coberto pela lua e o fenômeno já estava acontecendo por quase 40 minutos. E por conta do movimento do sol e da mudança da sombra da lua sobre a superfície da Terra, os brasileiros de diferentes lugares acompanharam o eclipse em diferentes horários.

Fonte: G1, Olhar digital

Imagens: G1, Brasil escola

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