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Fungo de “The Last Of US” é conhecido há séculos na China e pode causar um apocalipse zumbi; entenda

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Os fungos são organismos presentes em praticamente todos os ambientes. Eles podem ser vistos no ar, na água, no solo, nos alimentos e até mesmo no organismo humano. Contudo, mesmo estando tão presentes, eles passam desapercebidos porque, em sua maioria, eles não podem ser vistos a olho nu. Mesmo assim, sua importância é bem grande e eles podem ser usados das mais variadas formas.

Justamente por isso que eles estão sempre sendo estudados e, com isso, novas descobertas surgem. Por mais que eles existam na vida real, alguns deles são apresentados por obras de ficção, como o caso do fungo de “The last of us”, que é um parasita que consegue transformar humanos em criaturas sanguinárias e violentas,

Inspiração

Cincolinha

No entanto, ele é inspirado no Ophiocordyceps Sinensis, um fungo usado na medicina tradicional chinesa há muito tempo para tratar várias doenças. O uso dele aumentou de forma drástica nos últimos anos, o que teve como resultado uma colheita em excesso na natureza.

Esse fungo é um parasita de larvas de mariposas e produz um corpo frutífero valorizado como erva. Na China, ele é mais conhecido como “Dong Chong Xia Cao”, que quer dizer “verme de inverno em grama de verão”, e é usado como remédio há mais de 300 anos. Hoje em dia, o fungo é bastante usado para tratar inflamações, doença renal crônica, fraqueza, disfunção sexual e câncer.

Em 2012, Autoridade de Gestão da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES) da China classificou o Ophiocordyceps Sinensis como uma espécie ameaçada por conta da sua população selvagem limitada e por causa da colheita em excesso.

Fungo e apocalipse zumbi

Cincolinha

Na série, o fungo é responsável por um apocalipse zumbi. Mas será que o fungo real que ele se inspirou também tem esse poder? A resposta é sim! No entanto, os zumbis não seriam os humanos.

O Ophiocordyceps Sinensis consegue parasitar insetos e assim os transformar em zumbis. Segundo Matt Fisher, epidemiologista de doenças fúngicas do Imperial College London, ele estava fazendo uma pesquisa de campo à noite nas florestas densas da Guiana Francesa quando viu uma coisa surpreendente.

“Encontramos cadáveres de insetos que haviam sido parasitados fixados no alto da vegetação, com corpos cheios de esporos sendo projetados para fora de seus crânios”, disse ele.

O epidemiologista sabia o que era aquilo. Eram os restos mortais das “formigas zumbis”, ou seja, insetos que foram infectados com o parasita do fungo que controla suas mentes e corpo.

Como explicou a bióloga Monik Suçuarana: “as formigas são contaminadas quando entram em contato com os esporos dos fungos, espalhados no ambiente. Após essa contaminação, as formigas continuam desenvolvendo suas atividades normalmente. Estes esporos passam a germinar e o fungo se desenvolve penetrando ativamente no corpo da formiga e se alimentando de estruturas musculares. As hifas do fungo se espalham pela região do cérebro e da mandíbula. O sistema nervoso central da formiga é atingido e nesse período elas apresentam um movimento desordenado e trêmulo, escalando e caindo de arbustos. A formiga se afasta do formigueiro e é induzida a buscar áreas de vegetação. O fungo controla os músculos mandibulares da formiga, que fixa as mandíbulas em uma folha ou em outra região da planta, permanecendo assim até morrer, assim os esporos dos fungos são liberados em uma área maior do que se as formigas morressem no solo”.

Características

Tecmundo

Além de servir como inspiração para séries, os fungos também têm outras características bastante interessante, como esse estudo feito pelos pesquisadores do Japão que estuda a possibilidade de que exista uma transferência de sinal elétrico entre os fungos e as árvores via redes miceliais.

Essas redes são importantes para os fungos porque através delas é que eles conseguem absorver nutrientes e água de uma maneira mais eficaz. Além disso, as redes miceliais também fazem com que a disseminação de esporos e colonização de novos substratos seja mais fácil. Ou seja, essas redes têm um papel fundamental para manter a saúde dos ecossistemas. Por isso que elas dão a possibilidade de comunicação e troca de nutrientes entre espécies diferentes, seja de animais, plantas ou microrganismos.

No caso dos fungos ectomicorrízicos, eles têm uma relação simbiótica com as raízes de determinadas plantas, especialmente árvores. A relação é chamada de micorriza, que é uma associação mutualística entre o fungo e a planta pela qual os dois são beneficiados.

Para entender se e como eles se comunicam uns com os outros, os pesquisadores fizeram testes com o fungo ectomicorrízico conhecido como Laccaria bicolor. Esse tipo são pequenos cogumelos que nascem pelo chão da floresta. No experimento, eles colocaram eletrodos em seis cogumelos de um aglomerado e fizeram a medição dos sinais elétricos que eles enviavam entre si.

Como resultado, eles perceberam que os sinais enviados flutuavam com o passar do tempo e pareciam estar relacionados com as mudanças de temperatura e umidade.

“No começo, os cogumelos exibiam menos potencial elétrico, e reduzimos isso à falta de precipitação. No entanto, o potencial elétrico começou a flutuar após a chuva, às vezes passando de 100 mV. Nossos resultados confirmam a necessidade de mais estudos sobre os potenciais elétricos dos fungos em um verdadeiro contexto ecológico”, concluiu Yu Fukasawa, pesquisador principal do estudo.

Fonte: Cincolinha,  Tecmundo

Imagens: Cincolinha,  Tecmundo

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