Ciência e Tecnologia

Gás letal usado nas Guerras Mundiais agora serve para tratar o câncer

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Desde 1915, gases químicos eram usados em campos de batalhas. Um desses gases era o gás mostarda, cujo início de sua utilização aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Apesar de ser denominamo como um gás, o agente químico, na verdade, se trata de um líquido conhecido como mostarda nitrogenada.

O produto era lançado dentro de projéteis contra os inimigos. O mais irônico disso tudo é que, muitos anos depois, o gás mostarda se tornou base para tratamentos quimioterápicos. O que permitiu que milhares de vidas fossem salvas no mundo todo. Algo bem distante de seu uso letal anterior.

Gás mostarda

Ao ser usado como arma nos campos de batalha, o gás mostarda provocava bolhas, úlceras na pele e grandes queimaduras. Quando inalado, ocorria uma irritação nas mucosas da traqueia, além de afetar diretamente os pulmões, brônquios e olhos. A arma era motivo de verdadeiro pânico para os soldados. Tanto que, em 1925, na Convenção de Genebra, seu uso foi complemente proibido.

O que ficou apenas na teoria, uma vez que, durante a Segunda Guerra Mundial, a utilização do produto mais uma vez se fez presente. Basicamente todos as nações em guerra o utilizaram. O navio estadunidense SS John Harvey, em 2 de dezembro de 1943, após um ataque aéreo alemão, afundou, junto de outros 16 navios, um carregamento de aproximadamente 100 toneladas do gás.

Uma nuvem tóxica subiu pelos ares, cobrindo todo o navio. Aproximadamente  mil pessoas morreram naquele dia. Ao receber os resultados das autópsias dos mortos, Stewart F. Alexander, médico norte americano, observou que a ação do gás mostarda havia atacado em especial as células brancas do sangue, conhecidas como leucócitos. O médico então concluiu que, se o gás podia afetar essas células, então ele poderia contribuir para o combate da leucemia.

O gás mostarda, cujo nome veio de sua tonalidade marrom-amarelado e do cheiro bem acentuado, agora poderia ajudar a humanidade a salvar vidas. Ao invés de destruí-las. Farmacologistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, testaram o agente químico para tratar linfomas avançados e acabaram por descobrir que ele de fato induzia a regressão do tumor.

Tratamentos contra o câncer

Essa foi a primeira vez que um tratamento sistêmico foi empregado no câncer. Estudos em humanos só foram publicados em 1946. Nos anos seguintes, diversos artigos foram publicados e o tratamento de linfomas, utilizando o gás, se espalhou pelos EUA. Entretanto, pacientes tratados com ele apenas tiveram breves remissões. Além de que, aos pacientes não foi informado exatamente que estavam sendo administradas doses reguladas do agente químico.

Em 1948, o químico Alexander Haddow publicou um estudo mostrando que nem todas as partes da mostarda nitrogenada eram necessárias para o combate ao câncer. Ele fez alterações na molécula, substituindo átomos e observando as mudanças nos efeitos em tumores estudados em roedores.

Sabe-se que drogas derivadas do gás mostarda causam efeitos colaterais severos. Com o passar dos anos, cientistas foram ajustando tais drogas, diminuindo sua toxicidade, e consequentemente, melhorando os resultados dos tratamentos. Uma estrutura molecular publicada por Haddow é semelhante a um fármaco aprovado nos EUA em 1957, chamada Clorambucil. A droga ainda hoje é utilizada para tratamento de Leucemia linfoide crônica e Linfoma não Hodgkin.

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