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Hiroo Onoda, o homem que lutou por 29 anos sem saber que a guerra tinha acabado

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Hiroo Onoda foi um oficial do Exercito Imperial Japonês, que permaneceu em seu posto no meio da selva, em uma ilha das Filipinas, por 29 anos. Isso porque ele se recusava a acreditar que a Segunda Guerra Mundial havia acabado. O exército japonês se rendeu aos Aliados em 2 de setembro de 1945.

Onoda nasceu em 19 de março de 1922, na aldeia de Kamekawa, no Japão. Segundo ele, ele sempre foi questionador e teimoso em tudo o que fazia, desde a infância. Onoda pertencia a uma linhagem de guerreiros samurais. Seu pai foi sargento da cavalaria japonesa e morreu lutando na Segunda Guerra Sino-Japonesa, na China.

Quando completou 18 anos, Onoda se alistou no Exército Imperial Japonês. Apenas um ano antes do Japão entrar em guerra com os Estados Unidos, depois do ataque a Pearl Harbor. Enquanto esteve no exército, o jovem se tornou oficial de inteligência na classe de comando “Futamata”, na Nakano School. Sendo esta um centro de treinamento militar não convencional, que ensinava técnicas de guerrilha, sabotagem, contra-espionagem, entre outras.

Depois que seu treinamento acabou, ele foi enviado para a Ilha de Lubang, nas Filipinas, em dezembro de 1944. Cerca de dois anos antes, o exército japonês havia tomado o controle das Filipinas. Tomando o país asiático das forças americanas, que o dominavam.  Entretanto, os EUA armaram um contra-ataque, o que fez com que os militares japoneses recuassem.

Muitas das tropas japonesas foram forçadas a abandonar as principais ilhas das Filipinas. Os oficiais japoneses se refugiaram em ilhas menores do arquipélago filipino, como a ilha de Lubang. Portanto, devido as habilidades adquiridas em táticas de guerrilha, Onoda foi enviado para a pequena ilha, para ajudar a conter as tropas estadunidenses e filipinas o quanto fosse possível.

Onoda usaria uma tática que consistia em se refugiar em meio à mata para se engajar com os demais soldados em ataques de guerrilha. Eles deveriam a todo custo impedir que as tropas norte americanas se estabelecessem na região. Consequentemente, atrasando sua aproximação do Japão. O que daria mais tempo ao Exército Japonês para se reagrupar e preparar seus ataques.

Entretanto, alguns oficiais impossibilitaram que Onoda cumprisse sua tarefa e optaram por combater as tropas invasoras de frente. Como resultado, as tropas japonesas foram derrotadas quando os americanos chegaram na pequena ilha, em fevereiro de 1945. Ao perceber a iminente derrota, Onoda, junto de três outros soldados, se refugiou na mata. E por lá, Onoda continuou pelos próximos 29 anos.

Eles sobreviveram comendo arroz roubado, coco e carne de gado abatido durante invasões, executadas por ele e os demais. Quando a guerra, entre o Japão e os EUA, acabou, Onoda chegou a perceber uma pausa nos combates. Porém, não imaginava que seu país havia se rendido. Assim, ele continuou em sua guerra particular, com agricultores locais e até mesmo com a polícia.

O último soldado

Foi assim até que Onoda e seus homens encontraram um folheto dos EUA, onde o fim da guerra foi noticiado, com a rendição do Japão dada em outubro de 1945. No entanto, a peça gráfica foi considerada falsa pelo japonês. Em 1949, um dos homens de Onoda, o soldado Yūichi Akatsu, começou a perceber que a guerra havia chegado ao fim. Depois disso, ele acabou se rendendo ao exército filipino, em março de 1950.

Seus dois outros aliados foram mortos pela polícia nas décadas seguintes, o que tornou as coisas ainda mais difíceis para Onoda. Em 1974, com o retorno de Akatsu, e a morte dos outros dois soldados, a história de Onoda já havia se espalhado por todo o Japão. E foi quando o aventureiro, Norio Suzuki, decidiu ir até a ilha para conhecê-lo.

Ao chegar na ilha filipina, Onoda ficou muito desconfiado de Suzuki. Mas tudo se assentou quando o jovem japonês disse a ele: “Onoda-san, o Imperador e o povo do Japão estão preocupados com você”. Entretanto, ele ainda assim se recusava a deixar a ilha. Ele só sairia depois de ser dispensado de seu posto por um oficial superior.

Suzuki retornou ao Japão e explicou ao governo japonês a situação de Onoda e suas condições para deixar o lugar. O comandante de Onoda, o major Yoshimi Taniguchi, foi localizado pelo governo e enviado à Lubang.

Em 9 de março de 1974, com 52 de idade, Hiroo Onoda deixou finalmente a mata em que passou tanto tempo escondido. Ele ainda vestia seu uniforme de guerra e seu rifle ainda se encontrava em perfeito estado. Finalmente, Onoda voltou ao Japão e foi recebido como um herói pela população.

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