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Luisa Micheletti fala sobre assédio no audiovisual

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A apresentadora e atriz Luisa Micheletti, de 38 anos, compartilhou no dia primeiro de maio, nos stories do seu perfil no Instagram, algumas experiências negativas que teve ao longo de sua carreira na televisão. Foram muitos comentários preconceituosos, assim como assédio, relata a ex-apresentadora da MTV.

“Precisa fazer essa sobrancelha, está parecendo uma índia”, “É ruim parecer uma indígena?”, “Quadril muito largo para essa personagem, ainda bem que se passa em 1820”, escreveu ela, relatando o que escutou nos bastidores da televisão ao longo de pelo menos 15 anos.

“‘Acho que estou apaixonado por você’, diz alguém que tem poder sobre sua carreira, por mensagem de texto de madrugada”, ressaltou a apresentadora. “Tá cheio de loira pra passar na sua frente”, “Eu quero alguém mais jovem, você tem 33 anos” e “Quer mesmo esse trabalho, vem comigo pro hotel”. Esses são apenas algumas frases que Luisa Micheletti relembra.

Dessa forma, em uma entrevista com Splash, a artista contou que decidiu expor essas experiências por conta da recente mobilização das mulheres para mudar a dinâmica da indústria audiovisual em relação aos abusos sofridos nos bastidores, considerados normais e até esperados.

Ainda em seus stories, Luisa finalizou a sequência de posts com uma conclusão e apelo importantes sobre o assédio.

Texto na íntegra

Reprodução

“A boa notícia para o mercado audiovisual é que uma dessas pessoas rodou, graças a mulheres, que como eu, se disponibilizaram a contar suas histórias quando solicitadas pelas empresas que contratariam o assediador. Parece que o mundo está mudando. Parece que virou critério de contratação esse tipo de conduta. Antes era normalizado. O mundo tarda, mas muda.

As histórias que contei aconteceram há anos, mas a consequência pro assediador foi bem recente. Então, eu agradeço às mulheres que me encorajaram a dar meu depoimento pra grande empresa (vocês sabem quem vocês são), porque tive um medo do cara***. Viva!

E se você é uma mulher que está sofrendo assédio no audiovisual, eu sei quem pode te ajudar. Qualquer coisa, chama inbox. Fico feliz que as mulheres da grande empresa de streaming possam ter a possibilidade de não ter um chefe abusivo. Admirável a organização!”

Luisa Micheletti

Luisa Micheletti, que começou o debate em suas redes sociais sobre assédio e abusos no audiovisual, é conhecida por ter apresentado diversos programas na MTV e no Multishow. Como atriz, Luisa participou de novelas como Novo Mundo (2017) e Malhação – Casa Cheia (2013).  Já na telona, ela participou de Linha de Passe (2008) e Rota de Fuga (2016).

Assédio na indústria do entretenimento

O jornal USA Today realizou uma enquete com centenas de mulheres que tiveram carreiras em Hollywood sobre se já viram algum tipo de assédio sexual. Como resultado, 94% manifestou que sim.

Por vários meses, acompanhamos relatos terríveis de pessoas como Rose McGowen, Gwyneth Paltrow, Ashley Judd e Salma Hayek sobre o que homens poderosos fazem em Hollywood. Com isso, o lado sombrio sobre a indústria do entretenimento, como relatado por Luisa Micheletti, ficou um pouco mais conhecido pelo público.

A pesquisa, realizada pelo Creative Coalition, Women in Film and Television e o National Sexual Violence Resource Center, entrevistou 843 mulheres que trabalham na indústria do entretenimento em uma variedade de papéis. Entre eles, produtoras, atrizes, escritoras, diretoras, editoras e mais.

Dessa forma, as respostas foram chocantes. Praticamente todas as mulheres já presenciaram algum tipo de assédio sexual, geralmente feito por um indivíduo mais velho e em uma posição de poder. Além disso, mais de um quinto (21%) disse já ter sido obrigada a fazer alguma atividade sexual pelo menos uma vez ao longo da carreira.

Somente uma a cada quatro mulheres relataram a experiência de assédio para alguém. Isso por conta do medo de retaliação pessoal ou profissional. No caso das mulheres que relataram a violência sofrida, destaca-se que isso de nada adiantou, já que apenas 28% percebeu uma melhora no ambiente de trabalho.

Considerando que o assédio nessa indústria é tão comum, também se torna comum se calar e ignorar o que acontece diante de seus olhos. Por isso, mulheres como Luisa estão contando suas histórias.

Fonte: UOL

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