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Muro do Saara, a maior estrutura defensiva do mundo

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Quando pensamos em monumentos magníficos, um dos primeiros que geralmente vem a mente é a Grande Muralha da China. No entanto, não é só de magnitude que se faz a História. Existe, atualmente, uma parede de areia de 2.700 quilômetros no Marrocos que, recentemente, tornou-se o centro de nossa atenção. 

A parede de areia foi construída na década de 1980, para traçar uma linha entre Marrocos e Polisario, um grupo de combatentes da República do Saharaui. Não é nada comparado a Muralha da China, são apenas 13% da extensão do famoso monumento. A altura da parede, em seu decorrer, varia, mas raramente ultrapassa os três metros. A linha é, basicamente, feita de areia e pedra, mas não é tão sólida como a construção da Grande Muralha da China.

A parede é paralela ao litoral e quase 80% do Saara Ocidental fica à oeste do muro. Essa é a área mais valiosa e que é controlada pelo Marrocos. O Polisario, por outro lado, controla os outros 20%, um deserto, supostamente, sem valor. Mas não é bem assim.

Com um governo próprio e cerca de 20% do território já independente — após 43 anos de batalhas, tanto violentas, quanto diplomáticas — o pequeno país luta para se tornar totalmente autônomo do Marrocos, país vizinho que rejeita ceder e oferecer a liberdade.

O Saara Ocidental não é tão deserto assim

A região possui também uma mina de fosfato. A mina está conectada à correia transportadora mais longa do mundo, que atravessa 98 quilômetros de deserto árido até o principal porto da capital do Saara Ocidental, Laayounne. As reservas de fosfato no Saara Ocidental representam menos de 10% da reserva do Marrocos. A longa correia transportadora é a razão pela qual as minas de fosfato são altamente lucrativas. Além disso, em Laayoune, vivem 40% dos 600 mil residentes do Saara Ocidental.

Laayounne não tem fonte de água fresca. Obtém água de uma usina de dessalinização. É a água potável mais cara da África devido ao uso da energia necessária para dessalinizá-la. O governo marroquino tributa o norte para subsidiar a água no sul.  O governo marroquino passou a instalar turbinas eólicas para fornecer energia limpa de dessalinização. Isso, ao invés de consumir combustíveis fósseis poluídos.

No entanto, em vez de celebrar as novas fontes de energia sustentáveis, as forças anti-Marrocos começaram a protestar. Mesmo com a criação de empregos e com a redução dos custos de energia, a situação não é nada amistosa e agradável. Quando envolve a questão dos fosfatos, os líderes de torcida da República do Saharaui passam a colocar a culpa no governo marroquino. Eles alegam que há um grande bombeamento de petróleo.

No entanto, o que impulsiona a maior parte da economia do Saara Ocidental não são os fosfatos ou o petróleo. É a pesca. Cerca de 70% da economia é dedicada à indústria pesqueira. Quando a União Europeia concedeu ao Marrocos US$ 70 milhões para desenvolver e investir no setor, o Marrocos repassou a maior parte para o Saara Ocidental.

A República do Saharaui não gostou. Tudo porque o Marrocos não deveria ter o direito de tomar nenhuma decisão em relação ao Saara Ocidental, já que estão “ocupando” a terra ilegalmente. Pela primeira vez, um julgamento realizado pela União Europeia concordou com tal acusação.

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