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Oceano oculto explode e forma gêiseres na lua de Saturno

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O Universo é realmente surpreendente. São muitas as questões que envolvem os planetas e galáxias que ainda são desconhecidas aos seres humanos. Em um episódio jamais imaginado, a sonda Cassini, da Nasa, registrou nascentes termais que entraram em erupção e lançaram uma coluna de água quente e vapor para o ar, de forma semelhante a um gêiser. A situação foi observada em 2006, perto do polo sul da lua Encélado, satélite natural de Saturno.

Uma década de dados da missão Cassini forneceu evidências de um oceano líquido profundo dentro da concha gelada, escapando para o espaço através de um “criovulcanismo” (erupção própria de certos planetas e luas geladas, em que, ao invés de lava, são expulsos fluidos voláteis, geralmente compostos por uma mistura de água com outros elementos).

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Como um lugar tão pequeno e frio pode sustentar tanta atividade geológica tem sido um enigma científico duradouro. Segundo os cientistas responsáveis pela sonda, alguns desses jatos, às vezes, chegavam a jorrar 200 kg de água por segundo.

A lua de Saturno

A lua Encélado tem um diâmetro de cerca de 504 quilômetros, que corresponde a, aproximadamente, o comprimento do Reino Unido em seu ponto mais longo. A lua está coberta de gelo de 20 a 30 quilômetros de espessura, e a temperatura da superfície é de cerca de -201ºC.

Um novo estudo publicado no Geophysical Research Letters, que é um importante portal da Universidade da Califórnia (AGU), sugere como o gelo em expansão durante ciclos de resfriamento de milênios pode, às vezes, romper a crosta gelada da lua de Saturno e deixar seu oceano interno sair, fornecendo uma possível explicação para os gêiseres.

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Segundo Max Rudolph, professor assistente de geofísica da AGU e principal autor do novo estudo, o fenômeno da lua de Saturno “cativou a atenção dos cientistas e do público em geral”. Isso aumentou ainda mais o interesse em informações sobre o que ocorre no satélite natural.

O estudo

Rudolph e seus colegas executaram um modelo baseado em física para mapear as condições que poderiam permitir que as rachaduras da superfície chegassem ao oceano e causassem as erupções. O modelo explica os ciclos de aquecimento e resfriamento que duram na escala de cem milhões de anos, associados a mudanças na órbita de Encélado em torno de Saturno.

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“Durante cada ciclo, a casca de gelo passa por um período de afinamento e um período de espessamento. O espessamento acontece através do congelamento na base da concha de gelo, que cresce para baixo como o gelo em um lago”, disse Rudolph.

A pressão exercida por esse gelo que se expande para baixo no oceano é um possível mecanismo que os pesquisadores propuseram para explicar os gêiseres de Encélado. À medida que a camada externa de gelo esfria e engrossa, a pressão aumenta no oceano que está embaixo, já que o gelo tem mais volume do que a água. O aumento da pressão também gera estresse no gelo, que pode se tornar caminho para o fluido atingir a superfície a 20 a 30 quilômetros de distância.

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Segundo Rudolph, um mecanismo proposto pela primeira vez pelos pesquisadores Miki Nakajima e Andrew Ingersoll em um estudo de 2016 pode explicar as erupções. Esses pesquisadores propuseram que a água que entra nas rachaduras da lua é exposta ao espaço e ferve espontaneamente quando atinge o vácuo. É importante ressaltar que Encélado não tem atmosfera.

Enquanto isso, algumas evidências mostram que a lua Europa, de Júpiter, outro mundo gelado do tamanho da Lua da Terra, também pode ter erupções semelhantes, embora se tenha menos informações sobre a atividade que está acontecendo lá.

“Esse mecanismo de pressão oceânica e erupção espontânea não pode explicar o criovulcanismo que pode estar acontecendo em Europa”, disse Rudolph. Mais pesquisas e observações nessa lua são necessárias para determinar as possíveis causas dessas erupções.

Fonte: Olhar Digital

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