Restos mortais do ”homem elefante” foram encontrados

Apos quase 130 anos de procura, os restos mortais de Joseph Merrick – mais conhecido como “homem elefante” – foram encontrados. Eles haviam sido enterrados em um túmulo sem identificação, em um cemitério de Londres. Ao menos é o que afirma a autora de uma biografia sobre Joseph, Jo Vigor-Mungovin.

Merrick possuía uma deformidade em seu esqueleto e do tecido mole. O que levava as pessoas a tratá-lo como uma atração de circo e, posteriormente, como uma curiosidade médica. Seus ossos foram preservados no Royal London Hospital desde a sua morte, em 1890. Recentemente, a autora parece ter descoberto o tecido mole de Merrick que não havia sido registrado oficialmente.

O misterioso túmulo

Natural de Leicester, na Inglaterra, Joseph Merrick enfrentou uma adolescência turbulenta. Ele passou uma boa parte de sua vida viajando como uma das atrações de uma exposição itinerante. Depois, foi internado no então Hospital de Londres, localizado em Whitechapel, no leste da capital britânica. Com sua personalidade sensível e inteligência, ele acabou conquistando muitas funcionários do lugar.

Merrick se tornou uma celebridade. Ele até mesmo chegou a ser visitado por Alexandra, a princesa de Gales, em maio de 1887. Cerca de quatro anos depois, Alexandra se tornou rainha consorte depois que seu marido, Eduardo 7º, chegou ao trono. Quando o ‘homem elefante’ morreu, seu corpo foi dissecado e seu esqueleto preservado para futuras análises.

A descoberta de Jo Vigor-Mungovin nos conecta a outra famosa figura sombria de Londres na Era Vitoriana: Jack, Estripador. Vigor-Mungovin percebeu que algumas das vítimas de Jack foram mortas em Whitechapel, em 1888. Isso a levou aos registros do cemitério da cidade onde duas de suas vítimas, Catherine Eddowes e Mary Ann Nichols, foram enterradas. Um túmulo sem identificação no lugar chamou a atenção da autora.

“O enterro é datado de 24 de abril de 1890 e Joseph morreu em 11 de abril”, disse Vigor-Mungovin à BBC News. “Ele mostra como sua residência o Hospital de Londres, sua idade de 28 anos – Joseph tinha 27 anos, mas sua data de nascimento foi muitas vezes errada – e o legista Wynne Baxter, que sabemos que conduziu o inquérito de Joseph”, acrescentou. “Tudo se encaixa, é demais para ser uma coincidência”.

Joseph Merrick

Ao nascer, Merrick passou alguns de seus primeiros anos de vida aparentemente bem saudável. Depois de algum tempo, ele começou a desenvolver alguns sintomas incomuns. Assim, o resto de sua vida passou a ser definido por sua condição. Caracterizada pelo crescimento anormal de sua pele e ossos, especialmente na cabeça e no braço direito.

Aos 17 anos, antes de se juntar ao “show de horrores”, onde era uma das atrações, ele foi confinado em uma casa para trabalhar. Foi na época das exposições que viajaram por diversas partes da Europa que ele foi descoberto por um médico de Londres, Frederick Treves. Treves foi o responsável por levar Merrick ao Hospital de Londres. Lá, ele passou por exames e se tornou a “grande curiosidade médica”.

Ele morreu em 11 de abril de 1890, aos 27 anos de idade, depois que o peso de sua própria cabeça o asfixiou. Isso aconteceu enquanto ele tentava dormir. Mesmo após quase um século de progressos na ciência, ainda não sabemos o que lhe causou tal condição. Em 1986, dois médicos defenderam que a condição foi causada pela síndrome de Proteus. Outros sugeriam que, além deste síndrome, ele ainda sofria de neurofibromatose, condição que faz crescer tumores no tecido nervoso. Entretanto, testes realizados nos restos mortais de Merrick se mostraram inconclusivos.

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