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Baleia de 52 hertz: a mais solitária do mundo

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Uma baleia que emitia um som muito diferente das demais foi descoberta durante a Guerra Fria, em 1989, enquanto militares dos Estados Unidos estavam em missão para encontrar submarinos soviéticos. O som estranho foi identificado enquanto os militares realizavam o monitoramento de seus equipamentos marítimos.

Em comparação com outros sons já captados, aquele era distinto e quase indecifrável. A frequência que as baleias cantam é entre 15 e 20 hertz, enquanto este animal cantava em 52 hertz, o que é praticamente inaudível para as demais baleias.

As baleias são bichos bastante sociáveis e usam sua voz para atrair outros membros da espécie, como uma forma de comunicação. No entanto, como não conseguia ser ouvida, a “baleia de 52 hertz” foi classificada como “a mais solitária do mundo”.

baleia

National Geographic

Desde que esse animal com uma característica bem diferente de todos os outros espécimes foi encontrado, os pesquisadores marinhos passaram a estudá-lo. Mesmo que muitos anos tenham se passado desde a Guerra Fria e o descobrimento da baleia, muitas questões ainda permeiam a mente dos estudiosos responsáveis por entender o comportamento do animal.

A baleia de 52 hertz

Ainda hoje, não está claro se a baleia de 52 hertz é fêmea ou macho. Alguns especialistas sugerem que seja um espécime masculino, baseado no consenso de que são os machos que cantam para atrair suas parceiras. Da mesma forma, a espécie a que a baleia pertence ainda é incerta.

Pixabay

Enquanto alguns pesquisadores acreditam que seja uma baleia-azul por conta de sua rota, outros cogitam a ideia de que seja um híbrido (animais originados do cruzamento de espécies diferentes), o que explicaria a deformidade na voz e o fato de nunca ter sido encontrado outra baleia com essa particularidade. A ideia de um animal híbrido passou a ser discutida porque as características físicas do espécime indicam ser uma baleia-de-barbatana, embora ela não faça a mesma rota que as outras da espécie.

Para responder a todas as dúvidas, os biólogos precisariam examinar pessoalmente o animal, além de realizar um estudo genético com a coleta de uma amostra da pele e gordura da baleia. Essa, no entanto, não é uma tarefa fácil, já que os sons emitidos pelo animal podem alcançar até três quilômetros.

Considerando a imensidão do oceano, encontrar a baleia não é simples, já que ela está mudando de local o tempo todo (mesmo que sua rota tenha sido mapeada). Ela é detectada no Oceano Pacífico todos os anos, entre agosto e dezembro, e move-se para fora do alcance dos hidrofones entre janeiro e fevereiro.

Pixabay

A baleia de 52 hertz viaja ao norte até as Ilhas Aleutas e o Arquipélago Kodiak, ambos no Alasca, e ao sul até a costa da Califórnia, nadando de 30 km a 70 km por dia. As distâncias viajadas por temporada (que foram registradas em 2002 e 2003) podem chegar a até 11.062 km.

Segundo o The New York Times, cientistas do Instituto Oceanográfico de Woods Hole (Estados Unidos) de pesquisa foram contatados por pessoas surdas que acreditam que a baleia possa ter deficiência auditiva. Até hoje, essa hipótese não foi esclarecida. Sua voz tornou-se levemente mais grave desde 1992, o que sugere que a baleia pode ter crescido ou amadurecido.

Qualquer que seja a causa biológica de sua incomum voz aguda, não parece ser prejudicial à sua existência. O fato de a baleia ter sobrevivido (e, aparentemente, também ter amadurecido) indica que ela provavelmente é saudável. Um documentário de longa metragem intitulado “Finding 52: The Search for the Loneliest Whale in the World” (“Descoberta 52: a busca pela baleia mais solitária do mundo”, em tradução livre) foi lançado em 2021, com Joshua Zeman como diretor e escritor, junto com Lisa Schiller.

Fonte: Aventuras na História

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