Recentemente, nós chegamos a falar sobre a tecnologia deepfake. Em suma, a deepfake, por meio da inteligência artificial, é uma tecnologia capaz de criar vídeos falsos, mas muito realistas, de pessoas fazendo coisas que elas nunca fizeram na vida real. Por exemplo, a tecnologia já gerou desde conteúdos pornográficos com celebridades, até discursos fictícios de políticos influentes.
Em contrapartida, embora haja muita gente utilizando a técnica para fins, digamos, menos nobres, há também experimentos bem interessantes e reflexivos. Qual? Citamos agora. O ator americano Jim Meskimen utilizou a tecnologia e nos presentou com um vídeo pra lá de perturbador. Isso mesmo. É perturbador porque, na produção, Meskimen imita, ao todo, 20 celebridades.
Como se sabe, o ator é perito na arte da imitação. Além de ator, Jim Meskimen também é comediante. O que nos surpreende, no entanto, não é o fato de vê-lo imitando as celebridades. Surpreendente mesmo é ver o rosto do artista se transformar, quase perfeitamente, no das pessoas imitadas graças à utilização de um software de deepfake.
Virtual x Real
Além de ser extremamente divertido observar o ator atuar experimentando a tecnologia em tom de humor, o vídeo ilustra muito bem o fato de que ficará cada vez mais difícil separar o virtual da realidade. Principalmente agora, com a tecnologia deepfake se tornando ainda mais presente.
De acordo com especialistas, como os novos softwares têm tornado tais manipulações mais acessíveis, dentro de pouco tempo, praticamente, será impossível distinguir o virtual da realidade. O vídeo de Meskimen é apenas um exemplo “inocente”.
Na filmagem, ele recita o texto “Pity the Poor Impressionist” (em tradução literal, “Tenha Pena do Pobre Impressionista”). Como dissemos, no vídeo, o rosto do ator se transforma no rosto de 20 celebridades diferentes.
São elas, John Malkovich, Colin Firth, Robert De Niro, Tommy Lee Jones, Nick Offerman, George Clooney, Christopher Walken, Anthony Hopkins, Dr. Phil, Nicholas Cage, Arnold Schwarzenegger, Morgan Freeman, Bryan Cranston, Christoph Waltz, Joe Pesci, Jack Nicholson, George W. Bush, Ian McKellen, Ron Howard e Robin Williams.
Debate ético
A mesma tecnologia, que permitiu o ator se transformar em 20 celebridades diferentes, também permitiu que falsos discursos políticos fossem propagados. Permitiu também a prática de roubo e de outras atitudes nada nobres. Não é por acaso que circulam agora debates sobre a ética e as consequências da tecnologia, para o bem e para o mal.
Além disso, como as manipulações estão se tornando tão sofisticadas, muitas já passaram a ser investigadas pelo congresso americano. Principalmente após o aparecimento de filmagens falsas, envolvendo a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi.
Em suma, atualmente, esses e outros exemplos acarretam uma certa preocupação de que os deepfakes possam agravar ainda mais a propagação das “fake news”. Em suma, empresas de mídia social, como o Twitter e o Facebook, por exemplo, passaram a ser também pressionadas pelas autoridades. O motivo? Estabelecer estratégias de detectar e remover deepfakes o mais rápido possível de seus domínios.
O Twitter e o Facebook já vinham sendo cobrados para gerenciar melhor o conteúdo abusivo e a desinformação em suas plataformas. Entretanto, como todos sabemos, e podemos perceber, algo sempre acaba escapando. Infelizmente.