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Empresa brasileira profissionaliza assistentes de limpeza que não sabiam ler ao invés de demiti-los

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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em números referentes ao ano de 2016, o Brasil ainda tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos. E esse é um problema para muitos brasileiros no mercado de trabalho. Quando um espaço de trabalho compartilhado precisou aplicar um relatório para resolver problemas de limpeza, eles identificaram que uma grande parcela dos funcionários era analfabeta. E a surpresa vem agora, ao invés de demiti-los, a empresa acabou alfabetizando e profissionalizando todos eles.

A ideia de oferecer uma oportunidade de crescimento à equipe de limpeza da WeWork Paulista foi da gerente Nátaly Bonato. Quando eles tiveram um problema relacionado à limpeza do espaço, ela imaginou que um relatório preenchido pelos funcionários pudesse solucionar a questão. Mas não foi isso que aconteceu, e ela acabou percebendo as dificuldades dos empregados para preencher o formulário distribuído.

A oportunidade

Nátaly Bonato é a gerente da WeWork Paulista, um espaço de coworking, na capital paulista. Ela não era familiarizada com as condições dos funcionários que trabalham na limpeza do espaço por uma empresa terceirizada. Para resolver os problemas de limpeza, ela criou um relatório para lidar com a questão.

O relatório deveria ser preenchido pelos funcionários da limpeza diariamente, informando se a sala do cronograma tinha sido limpa. Quando não, o funcionário deveria especificar o motivo.

“O relatório demorou uma semana para chegar, e quando veio, tudo virou um caos. Não entendi nada”, disse a gerente. Depois de uma reunião para entender o que teria acontecido de errado com o novo sistema de controle, veio a explicação de que a metade das pessoas que trabalham como auxiliares de limpeza eram iletradas.

A empresa poderia facilmente trocar de equipe, e buscar por funcionários alfabetizados, mas ao invés disso, Nátaly teve uma ideia melhor. Ela então começou a procurar nas escolas que fazem parte da WeWork por alguém que pudesse alfabetizar os auxiliares de limpeza. E ela encontrou a pedagoga Dani Araújo, que trabalhava na Master Tech, e que topou o desafio de alfabetizar essas pessoas.

“As pessoas não são descartáveis. Eu não queria que alguém passasse pela minha vida sem ter o meu melhor, sem que eu pudesse tentar. Então, eu não queria que eles saíssem daqui um dia e continuassem tendo aquelas profissões porque eles não tinham escolha”, disse Nátaly ao Razões para Acreditar.

A Formatura

As aulas eram ministradas duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, durante o horário de almoço dos funcionários. “Foi ousado participar desse projeto. Não tinha experiência com letramento para adultos. Vibrei e chorei com cada conquista que fazíamos juntos, me sinto privilegiada pelo aprendizado que eles me proporcionaram”, disse a pedagoga, que continuou dando as aulas mesmo depois de se desligar da Master Tech.

“Eis que, cinco meses depois, a Dona Irene com aulas 2 vezes na semana consegue assinar o próprio nome. A Neuraci, o Madruga e a própria Irene escreveram uma carta e me fizeram ter certeza de que nada me faz mais feliz do que fazer o bem”, escreveu Nátaly em um post do Facebook.

E não parou por aí, Nátaly e os outros funcionários da empresa até organizaram uma formatura surpresa para eles, com direito a beca e tudo mais. “Na hora que eu vi eles vindo de beca, eu comecei a desfalecer de chorar e não só eu! Todo mundo. A gente fez na área comum da WeWork”, lembra Nátaly. “Foi muito incrível mesmo. Acho que é a melhor experiência da minha vida”.

Uma atitude louvável que merece todo reconhecido. E você, o que achou do posicionamento da empresa? Conta para a gente e compartilhe com os seus amigos.

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