Os casos de assédio e violência contra a mulher, infelizmente, ainda estão muito presentes na sociedade em que vivemos. O pior de se pensar é que, historicamente, tal ato não era visto com maus olhos, visto que a mulher era tratada literalmente como um objeto sexual. Graças às lutas e ao ativismo, hoje a situação é bem diferente. Mas ainda se vê casos de assédio explícitos, como o que aconteceu com essa frentista.
O caso aconteceu com uma frentista de um posto de combustível em Porto Alegre, e na terça-feira dessa semana a mulher registrou um boletim de ocorrência denunciando o homem que a assediou dentro da loja de conveniência.
Como mostram as imagens das câmeras de segurança, é possível ver o momento em que o homem passa a mão na virilha da frentista e ela, imediatamente, revida dando tapas e socos até expulsar o homem do estabelecimento.
Vídeo
O vídeo logo viralizou nas redes sociais e a Polícia Civil confirmou a veracidade do vídeo. O assédio contra a frentista aconteceu na manhã do último domingo por volta das onze da manhã em um posto no bairro do Pinheiro.
O suposto agressor é um homem de 25 anos, que já foi identificado pela Polícia Civil. Ele é um cliente que costumava comprar e distribuir balas entre os frentistas, inclusive para a vítima.
No entanto, na manhã do ato, o homem tinha pedido o contato da jovem de 22 anos, mas ela ignorou seu pedido. Mesmo assim, ele voltou mais tarde, como é possível ver nas imagens, encostou e apertou “as partes íntimas” da frentista, como a própria delegada Cristiane Ramos disse.
A delegada pontua que a reação da frentista foi em legítima defesa. E um inquérito será aberto como importunação sexual. Esse crime pode ter uma pena variando de um a cinco anos de prisão.
“O alerta é sobretudo aos homens de que é crime passar a mão ou qualquer tipo de contato de cunho sexual. Em transporte coletivo, é comum receber este tipo de registro. A mulher tem que buscar a Polícia Civil. A palavra dela tem muita importância”, pontuou a delegada.
Assédio
Outro ponto que a delegada disse foi que as imagens do assédio foram divulgadas pela própria frentista em suas redes sociais como uma maneira de alertar outras mulheres do mesmo bairro.
“Eu não acho certo a atitude que eu tive, eu só postei para alertar as mulheres do meu bairro”, disse ela.
Nas imagens é possível ver que a frentista está sentada no balcão da loja mexendo em seu celular quando o homem encosta a mão esquerda nela sem consentimento. Nesse momento, a frentista para a passagem da mão do homem com seu braço direito e começa uma sequência de golpes.
Com os golpes, o homem cai no chão duas vezes e é retirado da loja por outros funcionários. Enquanto isso, a frentista é aparada por outra mulher.
A frentista fez uma publicação em suas redes sociais onde repetiu o relato que deu à polícia de que o homem frequenta o posto diariamente, distribuindo balas para os funcionários do estabelecimento.
Frentista
Segundo a delegada, a frentista está afastada do trabalho por ter ficado bem abalada psicologicamente com o assédio sofrido. Por conta disso, a delegada solicitou uma medida protetiva de urgência, que já foi encaminhada à Justiça.
“O depoimento da vítima, principalmente em violência de gênero, em crime de natureza sexual, delitos que são praticados na clandestinidade, muitas vezes não têm testemunha. A palavra dela é importante”, disse Cristiane.
Por conta da lei de abuso de autoridade, a identidade da frentista e do suspeito não foram divulgadas. Nessa semana, a polícia irá ouvir testemunhas do caso e depois irá interrogar o agressor.
Além disso, eles também irão pegar as imagens das câmeras de segurança, de forma oficial, e então elas serão anexadas no inquérito.
Ajuda
O caso aconteceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Quando existe um caso de violência contra a mulher, a vítima deve entrar em contato com um desses serviços de atendimento para denúncia ou ajuda. São eles: Delegacias especializadas de atendimento à mulher, Delegacia Online, Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180, Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556 ou Centros de Referência de Atendimento à Mulher. Além deles, também é possível entrar em contato com a Brigada Militar, em casos de urgência, pelo 190.
Fonte: G1
Imagens: YouTube, UOL, Istoé, Canal de denúncias