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Imagens de satélite revelam megavazamento de petróleo e metano

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Os níveis de poluição no nosso planeta já atingem níveis drásticos. Mas isso não significa que medidas estão sendo tomadas para que a situação melhore. Recentemente, “nuvens” enormes de metano foram mapeadas por satélites pela primeira vez a partir de campos de petróleo e gás. A descoberta foi publicada na revista Science. 

As nuvens de gás são tão extensas que chegam a 320 km. Esse acúmulo de metano se dá, nesse caso, por conta dos vazamentos de petróleo, que não estão sendo contidos. De acordo com a pesquisa, é possível que grande parte deles não sejam intencionais. No entanto, os megavazamentos estão acontecendo e nenhuma preocupação está sendo depositada sobre eles.

Thomas Lauvaux

Os dados foram coletados entre 2019 e 2020 com o instrumento Tropomi, pelo satélite Sentinel-5P da União Europeia. Ele identificou o maior dos vazamentos entre os chamados ultraemissores, que respondem por cerca de 12% de todos os vazamentos de metano por empresas de petróleo e gás.

Geralmente, o metano vaza das instalações de petróleo e gás durante operações de manutenção, para consertar uma válvula ou tubulação, por exemplo. Também é possível que ele escape de estações de compressão, que mantêm o fluxo e a pressão do gás natural.

Essas “nuvens” de metano são passíveis de ocorrer, também, em aterros sanitários e na produção de carvão. Contudo, as proporções que elas atingem nessas circunstâncias são bem menores do que as registradas sobre os campos de petróleo. Os três países com as maiores nuvens identificadas na pesquisa mais recente foram Turcomenistão, Rússia e Estados Unidos.

“Já sabíamos sobre vazamentos individuais de gás, mas este trabalho mostra a verdadeira pegada de metano das operações de petróleo e gás em todo o planeta”, explica Riley Duren, autor do artigo e CEO da Carbon Mapper, que rastreia emissões de metano. Esta pesquisa se concentrou na detecção de vazamentos de óleo e gás que podem ser tapados se as empresas investirem em prevenção. Ou seja, todo o dano causado pelas nuvens de metano detectadas poderiam ser evitados.

Thomas Lauvaux

Redução na emissão de metano

O metano é um gás muito expressivo para o agravamento do aquecimento global. Para se ter ideia, o impacto do gás na atmosfera terrestre é 21 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2). Em 2021, cerca de 100 países se comprometeram a reduzir os níveis de emissão de metano até 2030.

Mesmo assim, nenhum avanço significativo foi registrado até o momento. As nuvens de gás são prova disso. Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) sugeriu no ano passado que de 30% a 50% do atual aumento das temperaturas se deve ao metano.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa das nuvens de gás estimam que interromper os vazamentos de petróleo e, consequentemente de metano, evitaria entre 0,005 °C e 0,002 °C de aquecimento. Isso equivale a remover todas as emissões da Austrália desde 2005 da atmosfera, ou as emissões de 20 milhões de carros por ano.

Fonte: BBC

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