Curiosidades

Vaticano libera documentos que esclarecem as supostas ligações de Pio XII com o nazismo

0

Recentemente, o Vaticano liberou documentos, que esclareciam as supostas ligações de Pio XII com o nazismo. Na época, o líder católico foi acusado de não se posicionar, perante as atrocidades cometidas pelos alemães durante o Holocausto.

Contudo, nesta segunda-feira (02/03), finalmente, o Vaticano revelou os documentos da Igreja Católica, relacionados ao papa Pio XII. Afinal, o que o papa tem a dizer sobre as acusações tão graves?

Ele colaborou com os nazistas?

Para finalmente descobrirmos a resposta desta pergunta, o arquivo será aberto para 200 pesquisadores, que buscam entender melhor o porquê do pontífice permanecer em silêncio. Para termos uma ideia, o Holocausto representou o extermínio de mais de seis milhões de judeus. Ao todo, 16 milhões de páginas de decretos, encíclicas e correspondências pessoais e diplomáticas serão disponibilizados. Dessa forma, o inventário demorou cerca de 14 anos para ficar pronto. Assim, tudo foi organizado por arquivistas do Vaticano.

Ao longo das últimas décadas, a Igreja já havia disponibilizado 11 volumes compilados sobre esse período. No entanto, segundos pesquisadores, existem algumas lacunas, que eles esperam que sejam preenchidas. Entre elas, a principal diz respeito às respostas do papa. “Quando o papa recebe um documento sobre os campos de concentração, não temos a resposta. Ou ela existe ou está no Vaticano”, explicou o historiador alemão, Hubert Wolf. Juntamente com outros seis assistentes, Wolf foi um dos pesquisadores convocados para explorar o material.

Wolf afirmou que estava ansioso para destrinchar os documentos, que podem revelar uma “vida secreta” de Pio XII. Com base em notas escritas por 70 embaixadores do Vaticano e no exterior. Além disso, também foram incluídos pedidos de ajuda de entidades judaicas e mensagens trocadas com o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. Nas mensagens, ele espera entender, de uma vez por todas, o papel que o líder católico desempenhou, durante esse período conturbado da história mundial. “Não há dúvida de que o papa estava consciente dos assassinatos de judeus. O que realmente nos interessa é quando ele soube pela primeira vez e quando acreditou”, concluiu o historiador.

Uma história repleta de sensacionalismo

Segundo Riccardo Di Segni, rabino-chefe de Roma, os fascículos à atuação do papa oferecem “conclusões fáceis de bandeja”. Por isso, “é muito suspeito esse sensacionalismo. Mas basta pouco para perceber que as escassas revelações se mostrarão um bumerangue para os apologistas”, afirmou Riccardo.

De acordo com o Vaticano, Pio XII promoveu uma diplomacia de bastidores para salvar o maior número possível de pessoas. Dessa forma, ele pôde, inclusive, abrigar judeus em igrejas e conventos na Itália. Contudo, Di Segni, por sua vez, afirma que essa atuação era voltada às pessoas com origem judaica. Mas de alguma forma, batizadas dentro do catolicismo. “Depois de dizerem que seriam necessários anos de estudo, agora, a solução aparece no primeiro dia como um coelho tirado da cartola. Por favor, deixem os historiadores trabalharem”, afirmou o rabino.

Entre os primeiros arquivos já disponibilizados em formato eletrônico, está um fascículo que reúne os nomes de 4 mil judeus e seus pedidos de ajuda. Um deles revela que o arcebispo italiano, Alfredo Ottaviani, que na época trabalhava na Secretaria de Estado, forneceu documentos falsos a judeus e os abrigou em edifícios da Santa Sé, fora do Vaticano.

Conheça o papagaio Drácula, a ave mais gótica do mundo

Artigo anterior

Demon Slayer ganha versão live-action em vídeo feito por fãs

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido