Quando se fala no tucano, a primeira coisa que vem Ă mente Ă© o seu chamativo bico. AlĂ©m de bonita, a estrutura tem importĂ¢ncia Ămpar na alimentaĂ§Ă£o dessa ave. Logo, qualquer problema nessa proeminĂªncia pode gerar sĂ©rios riscos Ă sobrevivĂªncia do animal.
Sabendo disso, o Centro de ReabilitaĂ§Ă£o de Animais Silvestres (Cras) do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) usou as modernas impressoras 3Ds para dar uma nova vida a um tucano resgatado. O bicho estava com a parte superior do bico quebrada, entĂ£o os cuidadores imprimiram uma prĂ³tese ideal para contornar o dano.
Do resgate atĂ© a prĂ³tese
A princĂpio, a ave em questĂ£o chegou bem jovem Ă instituiĂ§Ă£o que fica em Campo Grande (MS). Logo de cara, os profissionais locais perceberam que ele estava sem metade da parte superior de seu longo bico. Como resultado disso, o animal apresentava sĂ©rias dificuldades para se alimentar, ainda mais se tratando de uma dieta repleta de frutas.
Por isso, os funcionĂ¡rios do Cras esperaram o tucano chegar na fase adulta para lançar mĂ£o de uma prĂ³tese feita em impressora 3D. Em suma, a espera se deu pelo fato do crescimento do bicho tornar desproporcional os bicos artificiais que ele recebesse.
Portanto, agora que a taxa de crescimento estabilizou, Ă© possĂvel produzir uma ferramenta sintonizada com o tamanho e o peso do animal. Para isso, a equipe extraiu uma imagem de tomografia da ave e utilizou como modelo na impressora 3D.
A propĂ³sito, a nova estrutura, vista de fora, nĂ£o tem as mesmas caracterĂsticas estĂ©ticas da proeminĂªncia natural. Pelo contrĂ¡rio, a impressĂ£o trouxe um bico verde, o qual o tucano jĂ¡ estĂ¡ usando.
Que bico grande vocĂª tem…
Algumas pessoas podem se perguntar qual a necessidade de um bico tĂ£o grande na face desse bicho. AtĂ© porque, a “lança” deste animal costuma alcançar um comprimento que equivale Ă metade do corpo dele. Parece um exagero, mas sem esse excesso, dificilmente vocĂª veria um tucano pousando em um pĂ© de mamĂ£o durante um fim de tarde, visto que a espĂ©cie jĂ¡ teria sido extinta.
Em primeiro lugar, essa estrutura auxilia bastante esse animal no cumprimento de sua dieta. Além de capturar frutas e sementes, a peça lhe permite se alimentar de insetos e ovos de ninhos de outras aves. Sim, apesar de bonito, o tucano pode acabar com toda a prole de uma outra ave.
Outra atribuiĂ§Ă£o da proeminĂªncia Ă© na comunicaĂ§Ă£o, tanto no Ă³dio quanto no amor. Afinal, o bico pode ser Ăºtil na intimidaĂ§Ă£o a outras aves e na atraĂ§Ă£o de fĂªmeas. Inclusive, hĂ¡ uma diferença no tamanho dessa ferramenta em decorrĂªncia do sexo, pois os machos possuem bicos sutilmente maiores.
Por fim, uma funĂ§Ă£o pouco conhecida do bico Ă© a regulaĂ§Ă£o da temperatura corporal. Quando a temperatura estĂ¡ baixa, os vasos sanguĂneos dessa estrutura se contraem, o que diminui a perda de calor. Por outro lado, em dias quentes, esses vasos se dilatam, justamente para permitir uma maior transferĂªncia de calor do tucano para o ambiente.
A vida dos tucanos
Basicamente, a AmĂ©rica do Sul hospeda 34 espĂ©cies desse animal. Sendo assim, as vertentes mais comuns sĂ£o a do tucano-toco, que vive atĂ© 16 anos, a do tucano bico-verde e a do tucano grande-bico-de-papo-branco, ambas podendo chegar aos 40 anos de vida.
AlĂ©m disso, um fato curioso Ă© que Ă tradicional coloraĂ§Ă£o preta das penas do bicho misturam-se outras penugens de cores, como vermelho, verde, azul e amarelo. Os filhotes nascem sem penas nos ocos das Ă¡rvores, e podem ficar ate 52 dias aos cuidados de sua mĂ£e. Esta tem por hĂ¡bito botar de dois a quatro ovos.
Fonte: MetrĂ³poles, DiĂ¡rio do Grande ABC.
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