Diversas descobertas do mundo animal estão ocorrendo já nos primeiros meses de 2022. A descoberta da vez foi a de uma nova espécie de tartaruga gigante, revelada por uma pesquisa feita em parceria da Universidade de Newcastle (Reino Unido), da Universidade de Yale (Estados Unidos), do Galapagos Conservancy (Estados Unidos) e de outras instituições envolvidas na causa animal.
Anteriormente, pensava-se que as tartarugas de Galápagos fossem da espécie Chelonoidis chathamensis. No entanto, de acordo com a pesquisa, publicada no periódico científico Heredity, parte dos animais que vivem na Ilha de San Cristóbal formam uma espécie diferente, até então não identificada pela ciência.
Segundo a revista Galileu, a espécie Chelonoidis chathamensis não representa as tartarugas recém descobertas em San Cristóbal (uma das ilhas de Galápagos) e, mais ainda, pode até estar extinta! As pesquisas recentes indicam que cerca de oito mil tartarugas da ilha não pertencem à espécie citada anteriormente, conforme informou a agência de notícias AFP.
Agora, a expectativa é que os especialistas possam recuperar mais amostras de material genético da espécie considerada extinta para que possam entender, de fato, o que aconteceu na região e determinar a relação entre os dois grupos de tartarugas.
A nova espécie de tartarugas
Até o momento, o que se sabe é que a nova espécie de tartaruga pode chegar a quase dois metros de comprimento e pesar entre 200 e 400 quilos! Elas se alimentam de folhas e frutas da região e ingerem cerca de 35 quilos de comida por dia. Pode parecer muito, mas para animais desse tamanho as quantidades são perfeitamente normais.
Além disso, os machos geralmente são maiores e têm a cauda mais longa que as fêmeas. O casco também é mais côncavo do que o das fêmeas, o que auxilia no ajuste dos pares durante o acasalamento. Com a descoberta da nova espécie de tartarugas, é provável que os estudiosos do reino animal passem a rastreá-las para monitorar a população e, principalmente, para observar o desenvolvimento dos filhotes.
A fauna do arquipélago de Galápagos
As ilhas Galápagos, cujo nome oficial é Arquipélago de Colón, localiza-se no Oceano Pacífico (cerca de mil quilômetros da costa da América do Sul) e fazem parte do território do Equador. O arquipélago é formado por treze ilhas maiores (entre 14 a 4.588 km²), seis ilhas menores e dezenas de ilhotas e rochedos, que totalizam uma área terrestre de 8.010 km².
O arquipélago apareceu pela primeira vez em dois mapas do século XVI: um desenhado por Mercator (1569) e o outro por Abraham Ortelius (1570). Galápagos foi oficialmente anexado ao Equador em 1832. As ilhas constituem uma reserva de vida selvagem, administrada pelo governo do Equador e que é, desde a visita de Charles Darwin, o principal “laboratório vivo” de biologia do mundo.
Darwin visitou somente quatro ilhas: San Cristóbal (onde as tartarugas gigantes foram encontradas recentemente), Floreana, Isabela e Santiago. Durante os 35 dias em que permaneceu nessas terras, o pesquisador fez grandes coletas de plantas e animais, assim como observações da fauna e da flora da região.
A fauna das ilhas é única em termos de biodiversidade. A riqueza de espécies na região torna o local um importante objeto de estudo e, mais ainda, de preservação. Foi através da observação dos animais da região que Darwin começou a ponderar as ideias que levariam, mais tarde, à publicação de “A Origem das Espécies” e ao desenvolvimento da teoria da Seleção Natural.
Além das tartarugas gigantes, a fauna das ilhas inclui a iguana-marinha, o pinguim-das-galápagos, o cormorão-das-galápagos, o falcão-das-galápagos, a fragata, entre outros. O arquipélago conta com diversas medidas de proteção às espécies de animais e de plantas locais e não permite a exploração da região.
Fonte: Aventuras na História