O francês Theodor Eicke era o filho caçula de uma família pobre de 11 filhos. Seu pai trabalhava em uma estação de trem. Aos 17 anos, ele abandonou a escola. O jovem serviu na Primeira Guerra Mundial e foi condecorado com a Cruz de Ferro por sua bravura.
Com o fim da guerra, ele ingressou na polícia. Em seus primeiros dias de trabalho, Eicke era apenas um informante. Com o tempo, acabou se tornando policial com funções regulares. Mas seu nome viria a ser mais conhecido devido a seus feitos durante o Terceiro Reich.
Enquanto policial, Eicke se envolveu em diversos problemas políticos no período entre guerras. O policial era bastante conhecido por suas abordagens violentas. Além disso, seu ódio pela República de Weimar também não era um grande segredo. Sabe-se que o francês era um verdadeiro defensor dos ideias nazistas, tanto que acabou se filiando ao Partido Nazista, que tinha como líder Adolf Hitler.
Dentro do partido, ele acabou ganhando um rápido destaque. Eicke foi, por diversas vezes, mudado de cargo, principalmente devido a sua habilidade no recrutamento de aliados. A ele são dados os créditos pelo crescimento da Schutzstaffel (SS), na Baviera. Em 1931, o francês se tornou Coronel da Instituição, sendo nomeado por Heinrich Himmler.
Entretanto, em 1932, Eicke foi preso enquanto preparava uma bomba, que seria utilizada em um atentado contra adversários políticos bávaros. Ele foi preso em flagrante e condenado a dois anos de prisão. Porém, ele conseguiu fugir para a Itália com a ajuda de pessoas do Partido Nazista. O francês só voltaria para a Alemanha em 1933, com a ascensão de Hitler.
Ao voltar, o Coronel da SS acabou se envolvendo em um conflito com Josef Bürckel e, por isso, foi enviado para passar algum tempo em um manicômio. Se não fosse por Himmler, nada poderia ser feito para livrá-lo de tal destino. O comandante, que trabalhava em um novo plano a pedido do próprio Führer, pediu que Eicke o ajudasse a criar um novo tipo de detenção. Assim, nascia o Campo de Concentração de Dachau, ao norte de Munique.
Campo de concentração de Dachau
Pela ideia, Eicke foi liberado do manicômio e recebeu uma promoção na Schutzstaffel. Ele seria nomeado comandante de Dachau. No local, rapidamente, sua brutalidade e violência lhe renderam uma grande notoriedade. Sob seu comando, Dachau se tornou um local onde coisas chocantes eram realizadas.
“Eu claramente me lembro da primeira flagelação que eu testemunhei. Eicke havia emitido ordens de que pelo menos uma empresa da unidade de guarda deveria participar da imposição dessas punições corporais. Dois prisioneiros que haviam roubado cigarros da cantina foram sentenciados a vinte e cinco chicotadas”, contou Rudolf Höss, um oficial da SS.
Eicke seria promovido na SS mais uma vez. Ele viria a se tornar major-general, e a ele foi pedido que elaborasse um modelo padrão de campo de concentração para toda a Alemanha. Novas regras foram criadas, tornado os campos de concentração ainda mais rígidos e as punições ainda mais brutais.
O trabalho de Eicke acabou se tornando uma referência e toda uma geração de líderes impiedosos da SS se inspiraram na sua história. Penas de morte sob seu comando eram algo banal, mesmo nas mais simples contravenções. Há relatos que denotam que a “disciplina” de Dachau acabou se tornando um padrão em toda Alemanha.
Eicke só deixaria o campo de Dachau após o início da Segunda Guerra Mundial, quando foi para os campos de batalha. O francês morreu em 26 de fevereiro de 1943, quando seu caça foi abatido, em uma das batalhas contra os soviéticos. Essas batalhas ficaram conhecidas como Batalhas em Kharkov.
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